‘Gravidade’ e ‘Ela’ confirmam favoritismo no ASC e WGA

Cena belíssima de filmada com perfeição por Emmanuel Lubezki em Gravidade

Cena belíssima de filmada com perfeição por Emmanuel Lubezki em Gravidade (photo by johslikesmovies.tumblr.com)

Brasão da ASC: American Society of Cinematographers (photo by btlnews.com)

Brasão da ASC: American Society of Cinematographers (photo by btlnews.com)

O fato é que o diretor de fotografia mexicano Emmanuel Lubezki já vem merecendo o Oscar faz tempo. Suas parcerias com Alfonso Cuarón, Tim Burton e Terrence Malick estão rendendo obras-primas em matéria de iluminação e enquadramentos. Seu trabalho em si já vale o ingresso. Olhem suas indicações no Oscar:

1996: A Princesinha
2000: A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
2006: O Novo Mundo
2007: Filhos da Esperança
2012: A Árvore da Vida

Com este novo trabalho em Gravidade, Lubezki consegue avanços tecnológicos que impressionam até James Cameron. Juntamente com o diretor, ele buscou meios técnicos para retratar a sensação do espaço de forma verossímil, tanto que foi considerado um 2001: Uma Odisséia no Espaço moderno, com os atores flutuando em frente à câmera, conciliando perfeitamente os efeitos digitais inseridos posteriormente.

Na opinião deste cinéfilo, ele já deveria ter sido reconhecido pelo Oscar em suas últimas duas indicações, mas foi batido por Robert Richardson (por A Invenção de Hugo Cabret em 2012) e Guillermo Navarro (por O Labirinto do Fauno em 2007). Com a alta dos filmes em 3D (Avatar e As Aventuras de Pi ganharam o Oscar da categoria) e os números elevados nas bilheterias, Lubezki só não ganha seu primeiro Oscar se acontecer uma tragédia grega.

WGA: Writers Guild Awards 2013 (logo in theartsyfilmblog.com)

WGA: Writers Guild Awards 2013 (logo in theartsyfilmblog.com)

Já no WGA (Writers Guild), Spike Jonze coleciona mais um prêmio pelo roteiro original de Ela. Ganhou o Globo de Ouro e o Critics’ Choice Award. Sua vitória significa a melhor prévia de todas, afinal, bateu os mesmos concorrentes que terá no Oscar: Eric Warren Singer e David O. Russell (Trapaça), Woody Allen (Blue Jasmine), Craig Borten e Melisa Wallack (Clube de Compras Dallas) e Bob Nelson (Nebraska). Além disso, sua ausência na categoria de direção deve indicar uma compensação como roteirista.

Bastante humilde em seu discurso de agradecimento, Jonze disse: “É uma alta honra vinda de escritores. É como um prêmio pela dor. Uma dor específica que escritores conhecem. Os altos e baixos de se sentar ali sozinho. Agradeço a vocês por isso”. Spike Jonze já foi indicado como Melhor Diretor pelo fantástico Quero Ser John Malkovich em 2000, e este ano, além de roteiro, está indicado como compositor de canção e produtor.

Por outro lado, na categoria de Roteiro Adaptado, houve uma surpresa. Aproveitando-se da ausência do favorito John Ridley (12 Anos de Escravidão), Billy Ray faturou o prêmio por Capitão Phillips. Em seu discurso de agradecimento, ele diz que está “em dívida com o próprio Capitão Richard Phillips, que sobreviveu a algo que ele provavelmente teria o matado”. Com filmes como Volcano – A Fúria, Plano de Vôo e Jogos Vorazes em sua filmografia, Ray tem se especializado em retratar dramas em filmes de ação e o prêmio WGA deve lhe dar mais visibilidade no mercado.

À esquerda, Spike Jonze com seu WGA award. E Billy Ray por Capitão Phillips (photo by blogs.diariodonordeste.com.br)

À esquerda, Spike Jonze com seu WGA award por Ela. E Billy Ray por Capitão Phillips (photo by blogs.diariodonordeste.com.br)

Na categoria Documentário, a vencedora foi Sarah Polley por Histórias que Contamos, que vinha coletando inúmeros prêmios da crítica, mas sequer foi indicada ao Oscar. Polley já foi indicada anteriormente pelo roteiro adaptado de Longe Dela (2006).

21 Animações inscritas para o Oscar 2013

O diretor Tim Burton trabalhando num dos moldes da animação Franknweenie, provável candidato a favorito ao Oscar 2013 (photo by Enterntainment Weekly)

Inscrições encerradas. O Oscar 2013 já fechou com 21 animações que se tornarão cinco finalistas. Vendo os concorrentes, dá pra fazer uma breve análise de quem tem maiores chances de chegar ao tapete vermelho. Apesar da categoria de Melhor Animação ser a mais nova da premiação com seus 11 aninhos, é possível distinguir um certo padrão nos indicados.

Regrinha número 1: Reserve uma das vagas para a PIXAR. Se lançaram um filme produzido pela Pixar, pode incluí-lo na lista. E os números são impressionantes. Dos dez vencedores do Oscar de animação, a Pixar levou o ouro seis vezes! Concorreu em oito oportunidades e perdeu em apenas duas ocasiões: Em 2002, Monstros S.A. para o imbatível Shrek. E em 2007, Carros foi batido por Happy Feet – O Pinguim. A Pixar só não chegou na reta final em uma única vez, este ano, porque Carros 2 foi nitidamente feito pra ganhar dinheiro e agradar um dos chefes da produtora e diretor do próprio filme: John Lasseter.

Procurando Nemo (2003), de Andrew Stanton. Vencedor pela Pixar em 2004 foi relançado nas salas de cinema este ano no formato 3D.

Em 2013, a Pixar deve voltar a concorrer pelo novo trabalho Valente, de Mark Andrews e Brenda Chapman. Não sei se tentaram ir na onda do sucesso de Como Treinar Seu Dragão, mas a temática viking não fez o sucesso que se esperava. Por se tratar de uma animação com o selo da Pixar, a bilheteria costuma ficar garantida e a vaga no Oscar também, mas deve se tornar a terceira derrota da produtora.

Regrinha número 2: Traga material estrangeiro para a categoria. O segundo Oscar de animação foi para o pioneiro Hayao Miyazaki e seu belíssimo filme A Viagem de Chihiro. Nos anos seguintes, a Academia pegou esse costume de tentar trazer sempre produções internacionais, valorizando a categoria, os artistas responsáveis e a audiência na TV. Além do Japão de Miyazaki, que voltou a concorrer em 2006 com O Castelo Animado, a França se destacou com As Bicicletas de Belleville e O Mágico, ambos de Sylvain Chomet, com Persepolis, de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud, e este ano com o espanhol Chico & Rita, de Tono Errando, Javier Mariscal e Fernando Trueba, e o francês Um Gato em Paris, de Jean-Loup Felicioli e Alain Gagnol.

As Bicicletas de Belleville (2003), de Sylvain Chomet, marcou a estréia da França na categoria. Merecia o Oscar.

Independente dos motivos comerciais e de audiência do Oscar, a presença da diversidade internacional ressalta a qualidade de trabalhos feitos fora do território americano, dominado pela técnica de 3D (animações tridimensionais como as da Pixar). As animações cresceram bastante com o 3D, mas pra mim, o 2D tem muito mais charme.

Regrinha número 3: Não se trata exatamente de um regra, mas uma tendência. Nos últimos anos, alguns diretores de filmes com atores vêm se aventurando no gênero da animação. O primeiro diretor sem tradição com desenho a ganhar o Oscar da categoria foi George Miller com Happy Feet – O Pinguim em 2007. Miller ficou mais conhecido pela trilogia do violento Mad Max, estrelada pelo jovem Mel Gibson. Este ano, o vencedor Rango foi dirigido por Gore Verbinski, cuja filmografia inclui Piratas do Caribe – A Maldição do Pérola Negra e O Chamado.

Quando as pessoas ainda estavam na onda “fofa” dos pinguins de A Marcha dos Pinguins, Happy Feet – O Pinguim (2006), de George Miller, foi o vencedor da categoria por causa de sua alta bilheteria. Mas quem realmente merecia era A Casa Monstro, de Gil Kenan.

Em 2013, Tim Burton pode se juntar a essa tendência. Embora tenha realizado alguns curtas de animação (como o próprio curta Frankenweenie, de 1984, que dá origem ao longa) e o longa Noiva-Cadáver (2005), que lhe rendeu a primeira e única indicação ao Oscar, o diretor ficou bem mais marcado por trabalhos com atores como Edward Mãos-de-Tesoura (1990), Ed Wood (1994) e A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça (1999).

DOS CONCORRENTES DE 2013

Como a Academia fez a pré-seleção com 21 candidatos, isso significa que haverão cinco finalistas. Para que isso aconteça, é necessário o mínimo de 16 produções. Abaixo disso, a categoria teria apenas 3 finalistas.

Obviamente, não conferi todos os 21 filmes, mas dei uma olhada em cada um e cheguei a algumas conclusões. Primeiro, vamos conferir a lista das 21 animações, em ordem alfabética:

Frankenweenie, de Tim Burton: Favorito ao Oscar 2013.

Delhi Safari, de Nikhil Advani (Índia)

Detona Ralph (Wreck-It Ralph), de Rich Moore (EUA)

A Era do Gelo 4 (Ice Age Continental Drift), de Steve Martino e Mike Thurmeier (EUA)

Frankenweenie (Frankenweenie), de Tim Burton (EUA)

From Up on Poppy Hill (Kokuriko-zaka Kara), de Goro Miyazaki (Japão)

O Gato do Rabino (Le Chat du Rabbin), de Antoine Delesvaux e Joann Sfar (França/ Áustria)

Hey Krishna (Krishna Aur Kans), de Vikram Veturi (Índia)

Hotel Transilvânia (Hotel Transylvania), de Genndy Tartakovsky (EUA)

A Liar’s Autobiography: The Untrue Story of Monty Python’s Graham Chapman, de Bill Jones, Jeff Simpson e Ben Timlett (Reino Unido)

O Lorax: Em Busca da Trúfula Perdida (Dr. Seuss’ The Lorax), de Chris Renauld (EUA)

Madagascar 3: Os Procurados (Madagascar 3: Europe’s Most Wanted), de Eric Darnell, Tom McGrath e Conrad Vernon (EUA)

The Mystical Laws (Shinpi no hô), de Isamu Imakake (Japão)

A Origem dos Guardiões (Rise of the Guardians), de Peter Ramsey (EUA)

The Painting (Le Tableau), de Jean-François Laguionie (França)

ParaNorman (ParaNorman), de Chris Butler e Sam Fell (EUA)

Piratas Pirados! (The Pirates! Band of Misfits), de Peter Lord (Reino Unido/ EUA)

Tinker Bell: O Segredo das Fadas (Secret of the Wings), de Roberts Gannaway e Peggy Holmes (EUA)

Valente (Brave), de Mark Andrews e Brenda Chapman (EUA)

Walter & Tandoori’s Christmas (Le Noël de Walter et Tandoori), de Sylvain Viau (Canadá)

Zambezia, de Wayne Thornley (África do Sul)

Zarafa, de Rémi Bezançon e Jean-Christophe Lie (França/ Bélgica)

Piratas Pirados!, de Peter Lord: animação de massinha muito bem representado.

Como realizador, só o fato de ter seu filme lançado numa sala de cinema já seria motivo de orgulho. Imagine então tê-lo nessa lista! Apesar da quantidade de animações lançadas em um ano ser bem inferior ao de filmes com atores (live-action), ainda assim, trata-se de uma seleção oficial da Academia. Contudo, alguns desses trabalhos não devem seguir adiante na classificação como são os casos de Tinker Bell: O Segredo das Fadas e Walter & Tandoori’s Christmas, por se tratarem de filmes mais comuns.

Voltando ao tema da diversidade internacional, acho muito bacana ver uma produção sul-africana na lista. Apesar de Zambezia parecer um clone genérico de Madagascar, vale pelo incentivo aos artistas do continente africano, que têm orçamento bastante reduzido. As animações indianas Delhi Safari e Hey Krishna também não vão muito longe no âmbito visual, mas para quem achava que a Índia só tinha musicais à la Bollywood, aí está a prova de que existe diversidade em todos os países.

Tirando Frankenweenie e Valente, que já são presença certa entre os indicados pelos motivos citados no início do post, não existem mais favoritismos. Porém, por se tratar da única animação feita com massinha, Piratas Pirados! tem boas chances de concorrer. Além de reforçar a diversidade, a Academia já comprovou que gosta dessa técnica de stop-motion ao premiar Wallace & Grommit – A Batalha dos Vegetais, de Steve Box e Nick Park, em 2006.

Detona Ralph pode se tornar uma grata surpresa na lista pelo sucesso de público.

Outro detalhe que faz diferença é a bilheteria da animação. Nesse quesito, Detona Ralph, que conta com vários personagens do universo do video-game, estreou semana passada em primeiro lugar nos EUA, com 49 milhões de dólares. É lógico que os números não se comparam a uma estréia da Pixar, que costuma superar os 100 milhões, mas devemos considerar como um sucesso grande nessa reta final. Vale lembrar que o simpático Hotel Transilvânia está na sua sexta semana em cartaz e já faturou 137 milhões.

Não acredito que a Academia vá compensar com uma indicação as sequências A Era do Gelo 4 e Madagascar 3 – Os Procurados, mas não podemos ignorar que Shrek 2 e Kung Fu Panda 2 já foram finalistas. Isso acabaria abrindo uma bela brecha para que a produção com visual mais caprichado entre na roda: o francês The Painting (Le Tableau), que mexe com pinturas e surrealismo. Por mais que não agrade alguns votantes, é inegável a qualidade estética da animação de Jean-François Laguionie, um veterano que já dirigiu sete curtas e quatro longas. Deve e merece ser indicado. Veja a foto abaixo e tente discordar:

The Painting (Le Tableau): um espetáculo visual que merece maior exposição internacional

Ainda vale citar alguns trabalhos que podem surpreender como o japonês From Up on Poppy Hill, dirigido pelo filho de Hayao Miyazaki, Goro Miyazaki. O Gato do Rabino seria uma segunda opção para a França, caso The Painting não passe, ainda mais que contém elementos da religião judaica, muito forte entre os votantes da Academia. Eu também citaria ParaNorman pelo sucesso que fez em solo americano, mas talvez o fato de ter algumas semelhanças mórbidas com Frankenweenie atrapalhe na seleção.

E pra fechar, gostaria muito de ver o alternativo britânico A Liar’s Autobiography: The Untrue Story of Monty Python’s Graham Chapman entre os indicados. A animação que mistura várias técnicas diferentes como 2D, 3D, pintura e colagem pra contar a história de Graham Chapman, criador do grupo de humor Monty Phyton já vale pela idéia genial. Resta saber se os votantes têm a cabeça aberta para algo mais incomum, pois infelizmente, a maioria ainda acredita que animação é obrigatoriamente material infanto-juvenil. Vamos crescer, né?

A Liar’s Autobiography: The Untrue Story of Monty Python’s Graham Chapman: uma das cenas que contém colagem. Será que cola na Academia?

Então, sem mais delongas, minha lista de palpites ficaria assim: (Seria uma mistura das minhas apostas com o que gostaria de ver na categoria)

Detona Ralph

Frankenweenie

The Painting

Piratas Pirados!

Valente

Valente: aposta certa da Pixar, mas não detém o favoritismo desta vez

Indicados ao 26º ASC e Anúncio dos Indicados ao Oscar

American Society of Cinematographers, ASC

Preparado para mais indicados de sindicatos? O American Society of Cinematographers (ASC) pode não ter a mesma precisão de um DGA em relação aos resultados do Oscar, mas se considerarmos a última década, 80% dos indicados do ASC receberam uma indicação ao Oscar. E se focarmos nos últimos 5 anos, essa porcentagem de coincidências aumenta ainda mais, com 21 indicados dentre 25.

Se eu tivesse me guiado pelo sindicato no ano passado, teria votado em Wally Pfister por A Origem, que acabou levando o Oscar. Mas estava com Roger Deakins na cabeça por 2 motivos: achava que após 9 indicações ao prêmio, ele finalmente levaria, e também porque o filme pelo qual ele estava indicado, Bravura Indômita, tinha 10 indicações no total e não deveria ser totalmente ignorado (mas foi: nenhuma vitória). Portanto, preste atenção antes do bolão!

Os indicados este ano são:

* Guillaume Schiffman (O Artista)

* Jeff Cronenweth (Millennium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres)

Emmanuel Lubezki

* Robert Richardson (A Invenção de Hugo Cabret)

* Hoyte van Hoytema (O Espião que Sabia Demais)

* Emmanuel Lubezki (A Árvore da Vida)

Cena de A Árvore da Vida

Desta lista, a ausência mais notada foi do colaborador assíduo de Steven Spielberg, Janusz Kaminski, pelo filme Cavalo de Guerra. Pelo prestígio dele e do próprio Spielberg, há boas chances de ele roubar a vaga do Oscar de Hoyte van Hoytema. Não que o trabalho de Hoytema seja inferior, mas como a Academia tem esse costume ruim de acumular maior número de indicações para um filme, O Espião que Sabia Demais deve sair perdendo porque não foi um trabalho tão reconhecido nessa categoria em prêmios anteriores.

Particularmente, torço muito pelo mexicano Emmanuel Lubezki pela qualidade e diversidade de seu trabalho, que vai de dramas históricos até terror. Desde a fábula A Princesinha (1995), ele vem chamando a atenção por sua fotografia de encher os olhos. Com o mesmo diretor, o conterrâneo Alfonso Cuarón, voltou a trabalhar na adaptação de Charles Dickens, Grandes Esperanças, e no road movie E Sua Mãe Também (2001). Apesar de ter levado o ASC duas vezes por A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça e Filhos da Esperança, nunca levou o Oscar. Este deve ser seu ano, uma vez que a melhor qualidade de A Árvore da Vida é sua fotografia vistosa pertinente ao tema grandioso chamado vida.

A cerimônia ocorre no dia 12 de fevereiro em Los Angeles.

Jennifer Lawrence no tapete vermelho do Oscar 2011

Falando em “vistosa”, este ano a atriz Jennifer Lawrence, que foi indicada para Melhor Atriz ano passado por Inverno da Alma, será a companheira do presidente da Academia Tom Sherak para anunciar as indicações ao Oscar 2012 no dia 24 de janeiro às 11h, horário de Brasília.

Contudo, quem pensa que será uma tarefa fácil se engana. Além de ter que fazer o anúncio às 5h, horário de Los Angeles (ou seja, acordar às 2h da manhã), precisa pronunciar corretamente nomes complicados como o do diretor francês Michel Hazanavicius, a atriz Bérénice Bejo e do diretor e roteirista iraniano Asghar Farhadi.

Jennifer Lawrence aproveitou bem sua a repercussão de sua indicação ao Oscar. Atuou no blockbuster X-Men: Primeira Classe e agora, na mega adaptação dos best-sellers Jogos Vorazes (com lançamento previsto para 23 de março no Brasil). Também teve a chance de atuar ao lado de Jodie Foster e Mel Gibson no drama familiar Um Novo Despertar.

NYFCC Awards 2011

Pôster do filme “The Artist”

Foi dada a largada de premiação de cinema com a escolha do Círculo de Críticos de Filmes de New York. O grande vencedor foi o filme francês The Artist, de Michel Hazanavicius, que também levou Melhor Diretor. O longa, que vem chamando a atenção da mídia desde sua seleção oficial no Festival de Cannes, em maio, recria os anos 20 em Hollywood, época da conversão do cinema mudo para o falado. Esse tema, já explorado no clássico musical Cantando na Chuva (1952), traz uma série de homenagens ao cinema mudo, desde os planos da bela fotografia preto-e-branco até a atuação bastante expressiva do protagonista Jean Dujardin, que lembra bastante Clark Gable e Gene Kelly. Antes que você faça a pergunta: “Como um filme francês derrota uma penca de filmes americanos?” Bom, à princípio, há 2 motivos. Primeiro, a Weinstein Company está distribuindo The Artist. Pra quem não se lembra, os irmãos Weinstein foram responsáveis pelas vitórias esmagadoras no Oscar de O Paciente Inglês e Shakespeare Apaixonado. E segundo, existe qualidade no trabalho de Hazanavicius. Assista ao trailer para conferir: http://www.imdb.com/video/imdb/vi2003082265/

Havia uma certa expectativa para a premiação de The Girl With the Dragon Tattoo, de David Fincher e The Descendants, de Alexander Payne que não se concretizou. Porém as premiações de Meryl Streep, por The Iron Lady, e Brad Pitt, por Moneyball, já eram aguardadas. Streep por ser uma mega veterana que se aplica demais na recriação de uma figura política tão marcante quanto Margareth Thatcher, e Brad Pitt pelo trabalho em 2 filmes (o outro A Árvore da Vida), e talvez por boatos de que o ator se aposentaria em breve (Hoje em dia é moda dizer para os jornais que a aposentadoria está chegando. “Tenham pena de mim!”)

Meryl Streep, cópia de Margaret Thatcher

Brad Pitt, em Moneyball

Gosto bastante do trabalho do diretor de fotografia mexicano Emmanuel Lubezki. Em seu portfólio, apenas obras-primas como Filhos da Esperança, de Alfonso Cuarón, A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça, de Tim Burton e Um Novo Mundo, de Terrence Mallick. Está mais do que na hora de reconhecerem seu trabalho bastante diversificado.

Quanto ao filme estrangeiro vencedor, A Separação, de Asghar Farhadi, trata-se de um drama iraniano de um casal em crise matrimonial. Apesar do tema bastante comum, pelo destaque na mídia e o boca-a-boca, deve ser um forte candidato no Oscar.

Enfim, esta é uma leitura primária dessa premiação de NY. Só dá pra concordar ou discordar vendo os trabalhos laureados, ou seja, até meados de 2012 pode ser que o público brasileiro consiga dar seu voto.

Confira a lista dos premiados do NYFCC:

2011 Awards

Best Picture
The Artist
Best Director
Michel Hazanavicius
The Artist
Best Screenplay
Steven Zaillian, Aaron Sorkin
Moneyball
Best Actress
Meryl Streep
The Iron Lady
Best Actor
Brad Pitt
Moneyball, The Tree of Life
Best Supporting Actress
Jessica Chastain
The Tree of Life, The Help, Take Shelter
Best Supporting Actor
Albert Brooks
Drive
Best Cinematographer
Emmanuel Lubezki
The Tree of Life
Best Non-Fiction Film (Documentary)
Cave of Forgotten Dreams
Best Foreign Film
A Separação
Best First Film
J.C. Chandor
Margin Call
Special Award
Raoul Ruiz