FILME DE MULTIVERSO SE DESTACA EM PREMIAÇÃO DE CINEMA INDEPENDENTE
Na manhã desta terça (22), os atores Taylour Paige e Raúl Castillo anunciaram os indicados ao 38º Independent Spirit Awards numa live do canal Film Independent. Segue link do vídeo para quem não conseguiu acompanhar:
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo foi o grande recordista desta edição, com oito indicações, inclusive para categorias-chave como Filme, Direção, Atriz (Michelle Yeoh), Ator Coadjuvante (Ke Huy Quan), Atriz Coadjuvante (Jamie Lee Curtis) e Roteiro. Ainda é cedo para dizer as reais chances do filme até o Oscar, mas este início no Gotham e Independent soa promissor.
Em 2º lugar, com sete indicações, TÁR está em ascensão. Indicado a Filme, Direção, Roteiro, Montagem e Fotografia, o filme parece muito mais do que um veículo para um novo Oscar para Cate Blanchett, obviamente indicada aqui. Já o grande candidato independente é Aftersun, filme de estreia de Charlotte Wells, sobre a última viagem de pai e filha na Turquia, que obteve cinco indicações, inclusive para sua dupla de atores Paul Mescal e Frankie Corio.
Embora tenha sido indicado a Filme, Direção e Roteiro, o drama Women Talking, de Sarah Polley, acabou sendo “prejudicado” pelo prêmio coletivo do elenco todo. Jessie Buckley, Rooney Mara e Claire Foy estão bem cotadas, mas o prêmio Robert Altman as tirou da competição individual.
Ainda sobre atuações, é importante ressaltar que se trata da primeira edição do prêmio com as categorias sem gênero, alterando para atuações de protagonista e de coadjuvante. Dessa forma, é possível notar que dos 10 indicados a Atuação de Protagonista, 8 são mulheres, enquanto na categoria de Coadjuvante, apenas 3 são mulheres.
A ausência mais sentida entre os indicados foi o novo filme de Darren Aronofsky, The Whale, que falhou em conseguir indicações até para seu protagonista Brendan Fraser. Resta saber se esnobada vai causar algum prejuízo na campanha do ator, que recentemente alegou que, se indicado ao Globo de Ouro, não irá comparecer ao evento devido aos escândalos de 2003, quando o então presidente da HFPA o assediou. Outra indicação aguardada que não aconteceu foi da atriz Danielle Deadwyler pelo drama Till – A Busca por Justiça, que trata de um caso de racismo nos anos 50. Já na categoria de Filme Internacional, a ausência sentida ficou por conta do filme alemão Nada de Novo no Front, disponível na Netflix.
Dos últimos 5 vencedores de Melhor Filme do Independent Spirit Awards, apenas Nomadland conquistou o Oscar de Melhor Filme.
A cerimônia está agendada para o dia 04 de Março, em Santa Monica, CA.
Confira todos os indicados e premiados do Independent Spirit Awards 2023:
MELHOR FILME
Até os Ossos (Bones and All)
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Everywhere all at Once)
Our Father, the Devil (Mon Père, le Diable)
TÁR
Women Talking
MELHOR FILME DE ESTREIA
Aftersun
Emily the Criminal
The Inspection
Murina
Palm Trees and Power Lines
MELHOR DIRETOR
Todd Field, TÁR
Kogonada, After Yang
Dan Kwan & Daniel Scheinert, Tudo em Todo Lugar a Todo Tempo
Sarah Polley, Women Talking
HalinaReijn, Morte, Morte, Morte
MELHOR ROTEIRO
Kogonada, After Yang
Lena Dunham, Catarina, a Menina Chamada Passarinha
Dan Kwan & Daniel Scheinert, Tudo em Todo Lugar a Todo Tempo
Todd Field, TÁR
Sarah Polley& Miriam Toews, Women Talking
MELHOR ROTEIRO DE ESTREANTE
Sarah DeLappe, Morte, Morte, Morte
K.D. Dávila, Emergency
John Patton Ford, Emily the Criminal
Joel Kim Booster, Fire Island: Orgulho e Sedução
Jamie Dack & Audrey Findlay, Palm Trees and Power Lines
MELHOR ATUAÇÃO DE PROTAGONISTA
Cate Blanchett, TÁR
Dale Dickey, A Love Song
Mia Goth, Pearl
Regina Hall, Honk for Jesus. Save Your Soul
Paul Mescal, Aftersun
Aubrey Plaza, Emily the Criminal
Jeremy Pope, The Inspection
Taylor Russell, Até os Ossos
Andrea Riseborough, To Leslie
Michelle Yeoh, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
MELHOR ATUAÇÃO DE COADJUVANTE
Jamie Lee Curtis, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
Brian Tyree Henry, Passagem
Nina Hoss, TÁR
Brian D’Arcy James, The Cathedral
Ke Huy Quan, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
Trevante Rhodes, Bruiser
Theo Rossi, Emily the Criminal
Mark Rylance, Até os Ossos
Jonathan Tucker, Palm Trees and Power Lines
Gabrielle Union, The Inspection
MELHOR ATUAÇÃO REVELAÇÃO
Frankie Corio, Aftersun
Garcija Filipovic, Murina
Stephanie Hsu, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
Lily McInerny, Palm Trees and Power Lines
Daniel Zolghardi, Funny Pages
MELHOR FOTOGRAFIA
Gregory Oke, Aftersun
Hélène Louvart, Murina
Anisia Uzeyman, Neptune Frost
Eliot Rockett, Pearl
Florian Hoffmeister, TÁR
MELHOR MONTAGEM
Blair McClendon, Aftersun
Ricky D’Ambrose, The Cathedral
Paul Rogers, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo
Dean Fleischer-Camp & Nick Paley, Marcel the Shell With Shoes On
Monika Willi, TÁR
MELHOR FILME INTERNACIONAL
Corsage (Áustria/Luxemburgo/França/Bélgica/Itália/Inglaterra) Dir. Marie Kreutzer
Joyland (Paquistão/EUA) Dir: Saim Sadiq
Leonor Will Never Die (Filipinas) Dir: Martika Ramirez Escobar
Return to Seoul (Coréia do Sul/França/Bélgica/Romêmia) Dir: Davy Chou
Saint Omer (França) Dir: Alice Diop
MELHOR DOCUMENTÁRIO
A House Made of Splinters
All that Breathes
All the Beauty and the Bloodshed
Midwives
Riotsville, U.S.A.
PRÊMIO JOHN CASSAVETES
The African Desperate
A Love Song
The Cathedral
Holy Amy
Something in the Dirt
ROBERT ALTMAN AWARD
WOMEN TALKING Diretora: Sarah Polley Diretores de Casting: John Buchan, Jason Knight Elenco: Shayla Brown, Jessie Buckley, Claire Foy, Kira Guloien, Kate Hallett, Judith Ivey, Rooney Mara, Sheila McCarthy, Frances McDormand, Michelle McLeod, Liv McNeil, Ben Wishaw, August Winter
FILME SOBRE MAESTRINA ESTRELADO POR CATE BLANCHETT CONQUISTA 5 INDICAÇÕES, INCLUINDO MELHOR FILME
Nesta terça-feira, dia 25, a atriz Angelica Ross (da série Pose) e o diretor executivo da Gotham Film & Media Institute, Jeffrey Sharp, anunciaram as indicações através de uma live. Nos últimos anos, o Gotham Awards tem se tornado o primeiro grande prêmio que abre as temporadas de premiação e tem ocupado o posto que era de Sundance e Independent Spirit Awards, já que tem reconhecido filmes menores e ainda assim, premia filmes que serão protagonistas até o Oscar seguinte.
Para quem não se lembra, em 2021, o Gotham premiou Troy Kotsur por No Ritmo do Coração e Drive My Car como Melhor Filme Internacional, prêmios que se repetiram na cerimônia do Oscar. Além disso, reconheceu Maggie Gyllenhaal e Olivia Colman por A Filha Perdida, e homenageou Kristen Stewart e Jane Campion com o Tribute Award. E vale lembrar mais uma vez que as categorias de atuação não distinguem o sexo dos atores, portanto atores e atrizes competem juntos.
Nesta 32ª edição, Tár foi o recordista de indicações ao acumular 5: Filme, Atuação de Protagonista (Cate Blanchett), Atuação de Coadjuvante (Nina Hoss), Atuação de Coadjuvante (Noémie Merlant) e Roteiro. Após vencer o prêmio de Melhor Atriz no último Festival de Veneza, Cate Blanchett tem se consolidado como franco-favorita para ganhar seu 3º Oscar. Em 2º lugar, ficam empatados com 3 indicações cada: Aftersun, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, Women Talking e The Inspection.
Embora tenha conquistado apenas 3 indicações, o filme de multiverso mais falado de 2022, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, é um dos mais fortes candidatos ao prêmio de Melhor Filme. Mesmo ter sido injustiçado na categoria de Roteiro, Michelle Yeoh e Ke Huy Quan foram reconhecidos por suas atuações.
Ainda sobre atuações, outra produção que foi bem recebida em Veneza que conseguiu lugar aqui foi The Whale, de Darren Aronofsky. Brendan Fraser e Hong Chau foram reconhecidos como protagonista e coadjuvante, respectivamente, e têm ótimas chances de chegar ao Oscar. Além deles, indicados no Gotham, vale ressaltar as atuações de Taylor Russell e Mark Rylance por Até os Ossos, e Danielle Deadwyler por Till. É preciso lembrar que Michelle Williams e Adam Sandler foram selecionados para receber os prêmios Tribute. Nas últimas edições, os atores que receberam esse prêmio acabaram ganhando ou pelo menos foram indicados ao Oscar: Kristen Stewart, Chadwick Boseman, Viola Davis, Laura Dern, Rachel Weisz e Willem Dafoe. Williams faz forte campanha por The Fabelmans e Sandler por Arremessando Alto.
Na categoria de Filme Internacional, destaco as indicações de Decision to Leave, Saint Omer e Corsage, por serem representantes de seus países Coreia do Sul, França e Áustria, respectivamente, na corrida para o Oscar. Já na categoria de Documentário, destaque para All the Beauty and the Bloodshed, de Laura Poitras, que levou o Leão de Ouro em Veneza, e claro, o brasileiro O Território, de Alex Pritz, que acompanha a luta do povo indígena Uru-eu-wau-wau contra colonizadores na Amazônia.
Confira todos os indicados ao 32º Gotham Awards abaixo:
CINEMA
Melhor Filme Aftersun The Cathedral Dos Estaciones Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (Everything Everywhere All at Once) Tár
Diretor Revelação Owen Kline (Funny Pages) Elegance Bratton (The Inspection) Antoneta Alamat Kusijanovic (Murina) Beth De Araújo (Soft & Quiet) Jane Schoenbrun (We’re All Going to the World’s Fair) Charlotte Wells (Aftersun)
Melhor Roteiro Kogonada (After Yang) James Gray (Armageddon Time) Lena Dunham (Catherine Called Birdy) Todd Field (Tár) Sarah Polley (Women Talking)
Atuação Revelação Frankie Corio (Aftersun) Kali Reis (Catch the Fair One) Gracija Flipovic (Murina) Anna Diop (Nanny) Anna Cobb (We’re All Going to the World’s Fair)
Atuação de Coadjuvante Mark Rylance (Até os Ossos) Brian Tyree Henry (Causeway) Ke Huy Quan (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo) Raúl Castillo (The Inspection) Gabrielle Union (The Inspection) Nina Hoss (Tár) Noémie Merlant (Tár) Hong Chau (The Whale)
Atuação de Protagonista Cate Blanchett (Tár) Danielle Deadwyler (Till) Dale Dickey (A Love Song) Colin Farrell (After Yang) Brendan Fraser (The Whale) Paul Mescal (Aftersun) Thandiwe Newton (God’s Country) Aubrey Plaza (Emily the Criminal) Taylor Russell (Até os Ossos) Michelle Yeoh (Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo)
Melhor Filme Internacional Athena The Banshees of Inisherin Corsage Decision to Leave O Acontecimento (Happening) Saint Omer
Melhor Documentário All That Breathes All the Beauty and the Bloodshed I Didn’t See You There O Território What We Leave Behind
TV e STREAMING
Série Revelação com Episódios Abaixo de 40 Minutos Abbott Elementary (ABC) As We See It (Amazon Prime Video) Mo (Netflix) Rap Sh!t (HBO Max) Somebody, Somewhere (HBO)
Série Revelação com Episódios Acima de 40 Minutos Pachinko (Apple+) Severance (Apple+) Station Eleven (HBO Max) This Is Going To Hurt (AMC+) Yellowjackets (Showtime)
Atuação de Televisão Bilal Baig (Sort Of) Ayo Edebiri (The Bear) Janelle James (Abbott Elementary) Matilda Lawler (Station Eleven) Britt Lower (Severance) Melanie Lynskey (Yellowjackets) Sue Ann Pien (As We See It) Minha Kim (Pachinko) Zahn McClarnon (Dark Winds) Ben Whishaw (This Is Going To Hurt)
Série Revelação de Não-Ficção The Andy Warhol Diaries The Last Movie Stars Mind Over Murder The Rehearsal We Need to Talk About Cosby
A 32ª cerimônia do Gotham Awards acontece no dia 28 de Novembro. em Nova York
‘Bones and All’, de Luca Guadagnino e ‘The Banshees of Inisherin’, de Martin McDonagh, levaram dois prêmios cada
Pra quem acompanhou a cobertura do 79º Festival de Cinema de Veneza, havia alguns fortes candidatos para conquistar os principais prêmios desta edição, mas apesar dos ótimas críticas a All the Beauty and the Bloodshed, poucos esperavam a vitória de um documentário. A documentarista Laura Poitras, que já havia ganhado o Oscar de Melhor Documentário em 2015 por Cidadãoquatro (sobre o analista de sistemas acusado de espionagem Edward Snowden), acompanha a luta da fotógrafa americana Nan Goldin (que ganhou fama nos anos 70 e 80 por registrar o submundo das drogas e sexo em Nova York) contra a família bilionária Sackler, que patrocina inúmeros museus internacionais com a venda de remédios altamente viciantes que já teriam causado a morte de mais de 400 mil pessoas.
Obviamente, a premiação impulsionará a campanha de All the Beauty and the Bloodshed ao Oscar de Melhor Documentário em 2023, mas alguns críticos já estão projetando uma possível indicação do documentário a Melhor Filme também, algo inédito na história da Academia. Pra quem duvida, vale lembrar que a distribuidora encarregada da campanha será a NEON, que levou Parasita ao Oscar de Melhor Filme. E, a título de curiosidade histórica, esta é a 3ª vitória de uma cineasta mulher no Festival de Veneza depois de Chloé Zhao (Nomadland) e Audrey Diwan (O Acontecimento).
O júri, presidido pela atriz Julianne Moore, concedeu o Grande Prêmio do Júri para a franco-senegalesa Alice Diop por Saint Omer. Neste drama de tribunal, uma escritora decide acompanhar o julgamento de Laurence Coly, acusada de ter matado seu próprio filho, para escrever uma adaptação livre de ‘Medéia’. Já o Prêmio do Júri ficou com o iraniano (ainda preso em seu país) Jafar Panahi por No Bears, um drama que apresenta duas histórias de amor.
Logo no início do festival, quando Tár foi exibido, a performance de Cate Blanchett colheu incontáveis elogios da crítica internacional. Neste estudo de personagem, a atriz interpreta uma tirânica regente de uma orquestra, com destaque para suas mudanças de humor. Mesmo com a presença super aguardada de Ana de Armas e a cinebiografia de Marilyn Monroe, Blonde, o júri não conseguiu resistir aos talentos de Blanchett e lhe conferiu seu 2º Volpi Cup de Melhor Atriz (o primeiro foi em 2008 por Não Estou Lá), igualando-se a outras atrizes fenomenais como Isabelle Huppert e Shirley MacLaine.
Para o Volpi Cup de Melhor Ator, a divisão era entre Brendan Fraser por The Whale e Hugh Jackman por The Son, ambos muito ovacionados após suas sessões em Veneza, mas quem acabou ficando com o reconhecimento foi Colin Farrell por sua nova colaboração com o diretor Martin McDonagh (que também levou o prêmio de Roteiro) em The Banshees of Inisherin. Nesta comédia de humor negro, dois melhores amigos se encontram num impasse quando um deles decide terminar a relação, gerando consequências graves para ambos. Farrell já havia ganhado o Globo de Ouro pelo ótimo Na Mira do Chefe (2008), mas foi ignorado pela Academia. Será que desta vez ele será levado a sério? Apesar do prêmio em Veneza, acredito que Fraser e Jackman têm mais chances de conquistar uma indicação ao Oscar.
Já o novo filme do italiano Luca Guadagnino, Bones and All, que retrata uma história de amor até as últimas consequências, levou dois prêmios: Direção e o prêmio Marcello Mastroianni para jovens atores para Taylor Russell, do bom As Ondas, mas conhecida pelos filmes de terror Escape Room. Tomara que este prêmio lhe abra portas para personagens mais instigantes com diretores de renome.
LISTA COMPLETA DOS VENCEDORES DA 79ª EDIÇÃO DE VENEZA
COMPETIÇÃO Leão de Ouro: “All the Beauty and the Bloodshed,” Laura Poitras Grande Prêmio do Júri: “Saint Omer,” Alice Diop Leão de Prata de Melhor Director: “Bones and All,” Luca Guadagnino Prêmio Especial do Júri: “No Bears,” Jafar Panahi Melhor Roteiro: “The Banshees of Inisherin,” Martin McDonagh Volpi Cup de Melhor Atriz: “Tár,” Cate Blanchett Volpi Cup de Melhor Ator: “The Banshees of Inisherin,” Colin Farrell Prêmio Marcello Mastroianni para Jovem Ator ou Atriz: “Bones and All,” Taylor Russell
MOSTRA HORIZONTE Melhor Filme: “World War III,” Houman Seyyedi Melhor Diretor: “Vera,” Tizza Covi e Rainer Frimmel Prêmio Especial do Júri: “Bread and Salt,” Damian Kocur Melhor Atriz: “Vera,” Vera Gemma Melhor Ator: “World War III,” Mohsen Tanabandeh Melhor Roteiro: “Blanquita,” Fernando Guzzoni Melhor Curta-Metragem: “Snow in September,” Lkhagvadulam Purev-Ochir
LEÃO DO FUTURO Luigi de Laurentiis Award for Best Debut Feature: “Saint Omer,” Alice Diop
HORIZONTE EXTRA Prêmio do Público: “Nezouh,” Soudade Kaadan
CLÁSSICOSDE VENEZA Melhor Documentário de Cinema: “Fragments of Paradise,” K.D. Davison Melhor FIlme Restaurado: “Branded to Kill,” Seijun Suzuki
VENEZA IMERSIVA Melhor Experiência Imersiva: “The Man Who Couldn’t Leave,” Chen Singing Grande Prêmio do Júri: “From the Main Square,” Pedro Harres Prêmio Especial do Júri: “Eggscape,” German Heller
DIAS DE VENEZA Prêmio Cinema do Futuro: “The Maiden,” Graham Foy Prêmio do Diretor: “Wolf and Dog,” Cláudia Varejão People’s Choice Award: “Blue Jean,” Georgia Oakley
SEMANA DA CRÍTICA Grande Prêmio: “Eismayer,” David Wagner Menção Especial: “Anhell69,” Theo Montoya Prêmio do Público: “Margini,” Niccolò Falsetti Verona Film Club Award: “Anhell69,” Theo Montoya Mario Serandrei – Hotel Saturnia Award for Best Technical Contribution: “Anhell69,” Theo Montoya Melhor Curta-Metragem: “Puiet,” Lorenzo Fabbro and Bronte Stahl Melhor Diretor (Curta): “Albertine Where Are You?,” Maria Guidone Melhor Contribuição Técnica (Curta): “Reginetta,” Federico Russotto
PELA PRIMEIRA VEZ, FILME DA NETFLIX É O RECORDISTA DE INDICAÇÕES DE UMA EDIÇÃO
Há poucos anos atrás, a reclamação mais recorrente em relação ao Oscar era a previsibilidade, principalmente nas categorias principais e de atuação. Em 2020, os quatro atores que ganharam o Oscar: Joaquin Phoenix, Renée Zellweger, Brad Pitt e Laura Dern levaram todos os prêmios de destaque da temporada, impossibilitando qualquer tipo de surpresa para a cerimônia. Este ano, parece que a Academia tomou as devidas providências, reconheceu profissionais que não estavam necessariamente bem cotados, e o resultado foi uma lista de surpresas e ausências.
Dentre as surpresas, as duas maiores foram na categoria de Melhor Atriz: Lady Gaga, que estava praticamente garantida após as indicações ao SAG e BAFTA, foi esnobada por Casa Gucci, para a entrada da quase esquecida Kristen Stewart por Spencer. Ao contrário de Gaga, Stewart passou longe dos prêmios anteriores e perdeu o Globo de Ouro para Nicole Kidman. Existem chances de Stewart levar o Oscar? Improvável, mas não impossível. Basta lembrarmos de casos recentes porém raros semelhantes ao dela como Marcia Gay Harden por Pollock.
Ainda em Melhor Atriz, Penélope Cruz entrou na reta final por Mães Paralelas, comprovando o alto prestígio que Pedro Almodóvar tem junto à Academia. Esta é a quarta indicação dela, e a segunda sob a direção do diretor espanhol. Havia a possibilidade da norueguesa Renate Reinsve conseguir o mesmo feito por A Pior Pessoa do Mundo, mas acho que a cota para estrangeiras parou com Cruz, que aliás foi indicada na mesma edição com seu marido, Javier Bardem, que foi indicado por Apresentando os Ricardos. Honestamente, não considero uma atuação digna de Oscar (seria mais uma questão de carisma), mas é sempre bom ter Bardem lembrado. Na mesma toada, J.K. Simmons é um ótimo ator, mas uma indicação por esta performance parece um pouco exagerada. Na categoria de Coadjuvante, acreditava que não apenas Bradley Cooper seria indicado por Licorice Pizza, mas também ganharia… principalmente sem Alana Haim no páreo.
Falando em casais indicados, outro reconhecido neste ano foi Jesse Plemons e Kirsten Dunst, que inclusive formam um casal em Ataque dos Cães. É a primeira vez que ambos são indicados ao Oscar, mas ambos têm poucas chances de vitória. Ele por dividir votos com Kodi Smit-McPhee, e ela por estar distante do favoritismo de Ariana DeBose como Coadjuvante. Aliás, muito me surpreendeu a ausência de Caitriona Balfe por Belfast, já que ela vinha sendo lembrada em todos os prêmios da temporada. Embora não tenha muitas cenas memoráveis, Balfe está bem no filme de Branagh, mas ela cedeu sua vaga para sua colega de filme, Judi Dench, que tem menos cenas ainda, mas foi lembrada por seu prestígio. É a 8ª indicação da atriz britânica.
Talvez a maior surpresa (mesmo que esperada) tenha sido a indicação de Melhor Filme para um filme japonês de 3 horas de duração: Drive My Car. A adaptação de Haruki Murakami ganhou inúmeros prêmios na temporada, inclusive Melhor Filme nos grupos de críticos de Los Angeles e Nova York, mas mesmo assim, havia dúvidas se os membros da Academia abraçariam um longa estrangeiro tão sutil. Considero a indicação de Direção para Ryûsuke Hamaguchi fenomenal, pois comprova que a categoria de Diretor tem se firmado cada vez mais como uma disputa que preza a ousadia (ao contrário do conservadorismo frequente de Melhor Filme). E nesse quesito, segundo a Academia, faltou ousadia para Denis Villeneuve por sua primeira parte de Duna.
Em termos históricos, vale destacar a tripla indicação inédita de Melhor Filme Internacional, Longa de Animação e Documentário para o dinamarquês Flee (Fuga). É uma pena que esse tipo de situação costuma desfavorecer o filme, que perde votos por se dividirem. Merecia ganhar como Longa de Animação no lugar de algum filme mais batido da Disney ou Pixar, mas por mais que não ganhe nada, merece ser visto e admirado. E claro, vale lembrar aqui a 1ª indicação para o Butão na categoria de Filme Internacional. Lunana: A Yak in the Classroom é aquela típica produção milagrosa que rendeu um filme apesar do baixíssimo orçamento e condições precárias. Deve perder a estatueta para o japonês Drive My Car, mas espero que atraia maiores investimentos para o cinema de lá.
Sobre a categoria de Canção Original, fiquei desapontado por não terem indicado a canção “Beyond the Shore” de No Ritmo do Coração. Além de uma canção bonita, é cantada pela própria atriz Emilia Jones, e tem muito a ver com a história da filha de pais surdos-mudos. Eu amo a compositora Diane Warren, que passa a acumular 13 indicações sem vitória agora, mas essa indicação da canção “Somehow You Do” parece destinada a perder mais uma vez. Apesar da presença icônica de Beyoncé na categoria pela canção de King Richard, acredito em mais uma vitória de uma canção da franquia 007, ainda mais aproveitando a fama global de Billie Eilish.
Tem outras coisas que vale citar aqui referente a Casa Gucci como a exclusão do filme na categoria de Figurino (parecia ser uma indicação mais do que garantida por se tratar de um filme envolvendo moda) e de Jared Leto como Ator Coadjuvante, que aliás foi indicado para o Framboesa de Ouro como Pior Coadjuvante por uma performance carregada pela maquiagem exagerada. Outra ausência bastante comemorada por cinéfilos foi a de Aaron Sorkin (Apresentando os Ricardos) nas categorias de Filme e Roteiro Original. O roteiro de Sorkin consegue ser mais politicamente correto e quadrado do que seu anterior Os 7 de Chicago, e a Academia fez bem em esnobá-lo, senão o homem começa a achar que tudo que ele faz é genial. E o mais legal de Sorkin fora é que ele cedeu lugar para um roteiro filosófico, divertido e despojado: o roteiro do filme norueguês A Pior Pessoa do Mundo, que é lembra as comédias românticas de Truffaut e até Godard.
Ah! Temos a 2ª diretora de fotografia mulher indicada ao Oscar de Melhor Fotografia! Depois de Rachel Morrison ter aberto as portas em 2018 com Mudbound, a australiana Ari Wegner é reconhecida por Ataque dos Cães, muito embora também merecesse pelo independente Zola. Falando em marcas históricas, a diretora Jane Campion se tornou a 1ª diretora a ser indicada duas vezes ao Oscar de Direção. Pra quem não se lembra, ela foi indicada em 1994 por O Piano, e perdeu para Steven Spielberg por A Lista de Schindler. Aliás, Spielberg atinge uma marca impressionante por ter sido o único diretor indicado em todas as últimas décadas desde os anos 70 pra cá. Coincidentemente, parece que Campion deve retribuir a derrota justamente contra Spielberg este ano.
E sobre a liderança de Ataque dos Cães com 12 indicações, é preciso ressaltar o belo trabalho que a Netflix vem fazendo nos últimos anos. Tem investido massivamente em produções de pedigree com diretores-autores, mas sempre tem batido na trave na hora de ganhar o Oscar de Melhor Filme como foi com Roma, O Irlandês e Mank. Será que finalmente chegou a vez da plataforma de streaming se consagrar? Aproveitando, seguem os números dos filmes no Oscar 2022:
12 (Ataque dos Cães); 10 (Duna); 7 (Belfast) (Amor, Sublime Amor); 6 (King Richard); 4 (Drive My Car/ Não Olhe Para Cima/ O Beco do Pesadelo); 3 (Licorice Pizza/ No Ritmo do Coração/ A Tragédia de Macbeth/ Apresentando os Ricardos/ A Filha Perdida/ Encanto/ Flee/ 007 Sem Tempo Para Morrer).
PRÊMIO DO SINDICATO DOS ATORES SUBSTITUI NOMES CERTOS DA TEMPORADA
Ao meio-dia, horário de Brasília, desta quarta-feira (12), as atrizes Rosario Dawson e Vanessa Hudgens se juntaram numa live do Instagram para fazer o anúncio dos indicados ao SAG Awards. Esta mesma live foi gravada e está disponível em forma de post no Instagram.
Pra quem gosta de confirmações que elevem os patamares dos favoritos, o SAG esquentou a cabeça de muitos que seguem a temporada de premiações, pois tirou do páreo nomes que até então eram quase certos para uma indicação ao Oscar. Já para aqueles que preferem a imprevisibilidade e um reconhecimento mais diversificado, o SAG reservou algumas surpresas (não necessariamente) agradáveis.
Primeiramente, vamos às confirmações Benedict Cumberbatch, Andrew Garfield, Will Smith e Denzel Washington na categoria de Ator; Jessica Chastain, Lady Gaga, Olivia Colman, Nicole Kidman na categoria de Atriz; Troy Kotsur, Kodi Smit-McPhee e Jared Leto na de Ator Coadjuvante; Caitríona Balfe, Ariana DeBose e Kirsten Dunst em Atriz Coadjuvante. Em sua grande maioria, são nomes que estiveram mais presentes em listas anteriores de críticos e no Globo de Ouro.
Já as surpresas são Javier Bardem tomando um possível lugar de Peter Dinklage (por Cyrano); Jennifer Hudson tomando o lugar de Kristen Stewart (Spencer) – que até pouco tempo atrás era uma franco-favorita; Bradley Cooper e Ben Affleck tomando os lugares de Jamie Dornan e Ciarán Hinds (ambos de Belfast); e Cate Blanchett e Ruth Negga nos lugares de Anjanue Ellis e Marlee Matlin (ou Ann Dowd). Quem estava contando com Kristen Stewart certamente se decepcionou com a entrada de Hudson (cujo filme sobre Aretha Franklin não foi bem recebido por público ou crítica), mas esse tipo de abertura gera uma temporada de premiações menos fechada e possibilita um reconhecimento mais abrangente de performances e filmes diferentes.
Falando em possibilidades, a categoria principal do SAG, que coroa o Melhor Elenco, costuma ser equiparada ao Oscar de Melhor Filme. Algumas vezes, o filme vencedor desse prêmio realmente acaba levando o Oscar principal da noite como no caso de Parasita, mas as estatísticas não estão muito favoráveis nos últimos cinco anos, pois em quatro deles, o vencedor do SAG não levou o Oscar: Os 7 de Chicago, Pantera Negra, Três Anúncios Para um Crime e Estrelas Além do Tempo. Se levarmos isso em consideração, a não-indicação de Ataque dos Cães e Amor, Sublime Amor (ambos favoritos ao Oscar) não interfere demais numa possível campanha vencedora, assim como não eleva tanto para os indicados Casa Gucci ou King Richard.
Apesar do elenco estelar de Não Olhe Para Cima, composto por Leonardo DiCaprio, Jennifer Lawrence, Jonah Hill, Timothée Chalamet e Meryl Streep, o SAG deve ficar com Belfast ou No Ritmo do Coração, que curiosamente são elencos de famílias, e o SAG adora esse senso de unidade familiar e as atuações em conjunto para selecionar o vencedor de Elenco. O filme de Kenneth Branagh sobre a cidade irlandesa leva uma ligeira vantagem pois a participação dos atores está mais bem distribuída e alinhada. Particularmente, concordo com a não-indicação de Dornan e Hinds como Coadjuvantes, pois são atuações menos significantes. Já pelo drama da família surda, Marlee Matlin está bem, mas é realmente Troy Kotsur que rouba a cena como o pai Frank.
Sem querer dar uma de bola de cristal (até mesmo porque a cerimônia só será no dia 27 de Fevereiro), seguem meus palpites dos vencedores para as categorias de cinema: ELENCO: Belfast ATOR: Will Smith (King Richard) ATRIZ: Jessica Chastain (Os Olhos de Tammy Faye) ATOR COADJUVANTE: Bradley Cooper (Licorice Pizza) ATRIZ COADJUVANTE: Ariana DeBose (Amor, Sublime Amor) DUBLÊS: Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
Nas categorias televisivas, o destaque ficou por conta de Round 6 (ou Squid Game), que se tornou a primeira série em língua-estrangeira indicada ao SAG na história de 28 anos. A série sul-coreana foi líder de views na plataforma da Netflix em mais de 90 países e foi a mais assistida na história da plataforma de streaming, praticamente obrigando os prêmios a quebrarem seus paradigmas de ficarem isolados em séries domésticas. Na semana passada, a série ganhou o Globo de Ouro de Ator Coadjuvante para Oh Yeong-su (o velhinho participante Nº 001), mas ele não foi reconhecido com uma indicação individual no SAG, que preferiu indicar o protagonista Lee Jung-jae como Ator de Série Dramática, e a jovem Jung Heyon como Melhor Atriz de Série Dramática.
Confira todos os indicados do SAG Awards:
CINEMA
MELHOR ELENCO – FILME
Belfast (Focus Features) No Ritmo do Coração (Apple Original Films) Não Olhe Para Cima (Netflix) Casa Gucci (MGM/United Artists Releasing) King Richard: Criando Campeãs (Warner Bros)
MELHOR ATOR
Javier Bardem (Apresentando os Ricardos) Benedict Cumberbatch (Ataque dos Cães) Andrew Garfield (Tick, Tick … Boom!) Will Smith (King Richard: Criando Campeãs) Denzel Washington (The Tragedy of Macbeth)
MELHOR ATRIZ
Jessica Chastain (Os Olhos de Tammy Faye) Olivia Colman (A Filha Perdida) Lady Gaga (Casa Gucci) Jennifer Hudson (Respect: A História de Aretha Franklin) Nicole Kidman (Apresentando os Ricardos)
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Ben Affleck (Bar Doce Lar) Bradley Cooper (Licorice Pizza) Troy Kotsur (No Ritmo do Coração) Jared Leto (Casa Gucci) Kodi Smit-McPhee (Ataque dos Cães)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Caitríona Balfe (Belfast) Cate Blanchett (O Beco do Pesadelo) Ariana DeBose (Amor, Sublime Amor) Kirsten Dunst (Ataque dos Cães) Ruth Negga (Identidade)
MELHOR EQUIPE DE DUBLÊS – FILME
Viúva Negra Duna Matrix Resurrections 007 Sem Tempo Para Morrer Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis
TV OU STREAMING
MELHOR ELENCO – SÉRIE DRAMÁTICA
The Handmaid’s Tale (Hulu) The Morning Show (Apple TV Plus) Round 6 (Netflix) Succession (HBO) Yellowstone (Paramount Network)
MELHOR ATOR – SÉRIE DRAMÁTICA
Brian Cox (Succession) Billy Crudup (The Morning Show) Kieran Culkin (Succession) Lee Jung-Jae (Round 6) Jeremy Strong (Succession)
MELHOR ATRIZ – SÉRIE DRAMÁTICA
Jennifer Aniston (The Morning Show) Jung Ho-yeon (Round 6) Elizabeth Moss (The Handmaid’s Tale) Sarah Snook (Succession) Reese Witherspoon (The Morning Show)
MELHOR ELENCO – SÉRIE DE COMÉDIA
The Great (Hulu) Hacks (HBO Max) The Kominsky Method (Netflix) Only Murders in the Building (Hulu) Ted Lasso (Apple TV Plus)
MELHOR ATOR – SÉRIE DE COMÉDIA
Michael Douglas (The Kominsky Method) Brett Goldstein (Ted Lasso) Steve Martin (Only Murders in the Building) Martin Short (Only Murders in the Building) Jason Sudeikis (Ted Lasso)
MELHOR ATRIZ – SÉRIE DE COMÉDIA
Elle Fanning (The Great) Sandra Oh (The Chair) Jean Smart (Hacks) Juno Temple (Ted Lasso) Hannah Waddingham (Ted Lasso)
MELHOR ATOR – MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Murray Bartlett (The White Lotus) Oscar Isaac (Scenes From a Marriage) Michael Keaton (Dopesick) Ewan McGregor (Halston) Evan Peters (Mare of Easttown)
MELHOR ATRIZ – MINISSÉRIE OU FILME PARA TV
Jennifer Coolidge (The White Lotus) Cynthia Erivo (Genius: Aretha) Margaret Qualley (Maid) Jean Smart (Mare of Easttown) Kate Winslet (Mare of Easttown)
MELHOR EQUIPE DE DUBLÊS – SÉRIE
Cobra Kai Falcão Negro e o Soldado Invernal Loki Mare of Easttown Round 6
HFPA ANUNCIOU VENCEDORES ATRAVÉS DO SITE OFICIAL E REDES SOCIAIS
Não é que no final das contas, o Globo de Ouro saiu beneficiado? Com o aumento de casos de Covid nos EUA, a cerimônia do Critics’ Choice Awards, marcada para o mesmo horário, foi adiada indefinidamente. E mesmo sem poder contar cerimônia televisionada e com celebridades para anunciar os vencedores, o Globo de Ouro assumiu certo protagonismo, já que não havia competição.
Particularmente, consideramos tudo uma grande hipocrisia, pois todos já sabiam que o grupo da HFPA era pequeno e possivelmente não tinha diversidade alguma e que alguns membros aceitavam “propinas” para votar, então tudo não passa de um circo montado. Certamente impedidos por seus agentes, as celebridades foram obrigadas a boicotar o evento (pra “não manchar suas reputações”), mas com certeza serão beneficiadas por seus nomes serem lidos como vencedores. Duvidamos que alguém pose com o prêmio esta semana em sua conta de Instagram, mas eles serão agradecidos a HFPA. Muitos deles devem ter pensado: “Nossa, quando finalmente ganho um Globo de Ouro, não tem a festa! É muito azar!”
A partir das 23h, horário de Brasília, o site oficial da HFPA passou a atualizar os vencedores em sua página inicial, com foto dos premiados e pequenos textos como se fossem tweets. Na ausência de celebridades, poderiam ter reunido os próprios membros do grupo para ler os vencedores da categoria num vídeo de meia hora, mas preferiram se esconder ainda mais numa divulgação tosca e barata no site.
NÚMEROS DO GLOBO DE OURO
Embora Ataque dos Cães e Amor, Sublime Amor tenham sido os recordistas de vitórias (cada um com três estatuetas), os prêmios foram bem pulverizados entre os filmes. Belfast, Duna, King Richard, Tick, Tick… BOOM!, Apresentando os Ricardos, 007 Sem Tempo Para Morrer, Encanto e Drive My Car ficaram todos com apenas um prêmio cada.
Já na ala das séries, Succession acumulou três prêmios, incluindo Melhor Série Dramática, enquanto Hacks levou Melhor Série de Comédia e Atriz para Jean Smart. Vale destacar a primeira vitória de uma atriz trans no Globo de Ouro que foi para Michael Jaé (MJ) Rodriguez pela série Pose. Ela já havia sido indicada no Emmy, mas não ganhou o prêmio. E a vitória do sul-coreano Oh Yeong-su, o personagem idoso que veste o uniforme nº 1 na série Round 6, da Netflix.
SURPRESAS
Honestamente, não houve muitas surpresas no anúncio dos vencedores. Dá pra destacar duas: a vitória de Nicole Kidman como Melhor Atriz – Drama por Apresentando os Ricardos, por interpretar a comediante Lucille Ball, batendo as favoritas Kristen Stewart (Spencer) e Olivia Colman (A Filha Perdida). Como todos sabem, a HFPA ama Nicole Kidman desde os anos 90 e este foi seu 5º Globo de Ouro na carreira, mas pode ter havido uma divisão de votos entre as favoritas que beneficiou Kidman. E a vitória de Belfast na categoria de Roteiro, já que havia uma forte expectativa de que Paul Thomas Anderson levaria esse prêmio de consolação por seu Licorice Pizza, que saiu do evento de mãos abanando.
DESDOBRAMENTOS DO GLOBO DE OURO
Como os estúdios também boicotaram suas campanhas publicitárias, as vitórias anunciadas hoje não devem repercutir tanto quanto nos últimos anos, pois não devem incluir em pôsteres e anúncios publicitários o famosos “Vencedor do Globo de Ouro” para atrair a atenção do público, mas ainda assim é um dos prêmios mais reconhecidos da indústria do Cinema e TV… Bom, na verdade, já me desmentiram aqui:
Boicotam o Globo de Ouro, mas não deixam de colher os frutos, né? Ah Hollywood…
É possível que o musical de Steven Spielberg melhore seus números nas bilheterias. Em sua 5ª semana em cartaz nos EUA, Amor, Sublime Amor rendeu apenas 32 milhões de dólares. Já Rachel Zegler e Ariana DeBose, que conquistaram os prêmios de Atriz e Atriz Coadjuvante, respectivamente, certamente alavancaram suas campanhas para a temporada de premiações. Caso confirmem indicações ao SAG Awards, que serão anunciadas na próxima quarta-feira (12), estarão no próximo Oscar.
Na ala masculina, Will Smith (King Richard), Andrew Garfield (Tick, tick… BOOM!) e Kodi Smit-McPhee (Ataque dos Cães) já eram nomes bem cotados para o Oscar pela quantidade de indicações e prêmios que vêm acumulando até o momento, resta saber se vão manter o alto nível de favoritismos até as indicações ao Oscar, que acontecem no dia 08 de Fevereiro.
A briga lá em cima entre Kenneth Branagh, Jane Campion e Steven Spielberg ficou ainda mais acirrada, já que seus três filmes foram premiados nesta edição, com Ataque dos Cães e Amor, Sublime Amor um pouco mais à frente de Belfast, que ficou apenas com o prêmio de Roteiro. Apesar da vitória, ainda é um pouco difícil acreditar numa possível primeira vitória da Netflix para Melhor Filme com Ataque dos Cães.
Embora tenha a forte concorrência do dinamarquês Flee, a vitória de Encanto, da Disney, era esperada, principalmente para quem viu Carros bater A Casa Monstro em 2007. A HFPA adora puxar uma sardinha para a Disney ou Pixar… quer dizer, até a Academia. E nas categorias musicais, Hans Zimmer ganha um gás ao vencer Melhor Trilha Musical por Duna (será que finalmente vai ganhar seu 2º Oscar depois de O Rei Leão em 1995?), assim como Billie Eilish e sua canção-tema de James Bond, “No Time to Die”, em 007 Sem Tempo Para Morrer, que tem tudo para se tornar a 3ª canção da franquia a ganhar um Oscar consecutivamente após “Skyfall” e “Writings on the Wall”.
VENCEDORES DO 79º GLOBO DE OURO (vencedores em negrito):
CINEMA
MELHOR FILME – DRAMA Belfast (Focus Features) No Ritmo do Coração (CODA) (Apple) Duna (Dune) (Warner Bros.) King Richard: Criando Campeãs (King Richard) (Warner Bros.) Ataque dos Cães (The Power of the Dog) (Netflix)
MELHOR ATRIZ – DRAMA Jessica Chastain (The Eyes of Tammy Faye) Olivia Colman (A Filha Perdida) Nicole Kidman (Apresentando os Ricardos) Lady Gaga (Casa Gucci) Kristen Stewart (Spencer)
MELHOR ATOR – DRAMA Mahershala Ali (Swan Song) Javier Bardem (Apresentando os Ricardos) Benedict Cumberbatch (Ataque dos Cães) Will Smith (King Richard: Criando Campeãs) Denzel Washington (The Tragedy of Macbeth)
MELHOR FILME – COMÉDIA OU MUSICAL Cyrano (MGM) Não Olhe Para Cima (Don’t Look Up) Licorice Pizza (MGM/United Artists Releasing) tick, tick… BOOM! (Netflix) Amor, Sublime Amor (West Side Story) (20th Century Studios)
MELHOR ATRIZ – COMÉDIA OU MUSICAL Marion Cotillard (Annette) Alana Haim (Licorice Pizza) Jennifer Lawrence (Não Olhe Para Cima) Emma Stone (Cruella) Rachel Zegler (Amor, Sublime Amor)
MELHOR ATOR – COMÉDIA OU MUSICAL Leonardo DiCaprio (Não Olhe Para Cima) Peter Dinklage (Cyrano) Andrew Garfield (Tick, tick… Boom!) Cooper Hoffman (Licorice Pizza) Anthony Ramos (Em um Bairro de Nova York)
MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO Encanto (Walt Disney Pictures) Flee (Neon) Luca (Pixar) My Sunny Maad Raya e o Último Dragão (Raya and the Last Dragon) (Walt Disney Pictures)
MELHOR FILME EM LÍNGUA ESTRANGEIRA Compartment No.6 – FINLÂNDIA Drive My Car – JAPÃO A Mão de Deus – ITÁLIA A Hero – IRÃ Parallel Mothers – ESPANHA
MELHOR ATOR COADJUVANTE Ben Affleck (The Tender Bar) Jamie Dornan (Belfast) Ciarán Hinds (Belfast) Troy Kotsur (No Ritmo do Coração) Kodi Smit-McPhee (Ataque dos Cães)
MELHOR DIREÇÃO Kenneth Branagh (Belfast) Jane Campion (Ataque dos Cães) Maggie Gyllenhaal (A Filha Perdida) Steven Spielberg (Amor, Sublime Amor) Denis Villeneuve (Duna)
MELHOR ROTEIRO Paul Thomas Anderson (Licorice Pizza) Kenneth Branagh (Belfast) Jane Campion (Ataque dos Cães) Adam McKay (Não Olhe Para Cima) Aaron Sorkin (Being the Ricardos)
MELHOR TRILHA MUSICAL Alexandre Desplat (A Crônica Francesa) Germaine Franco (Encanto) Jonny Greenwood (Ataque dos Cães) Alberto Iglesias (Parallel Mothers) Hans Zimmer (Duna)
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL “Be Alive” – Beyoncé Knowles-Carter, Dixson (King Richard: Criando Campeãs) “Dos Orugitas” – Lin-Manuel Miranda (Encanto) “Down to Joy” – Van Morrison (Belfast) “Here I Am (Singing My Way Home)” – Jamie Alexander Hartman, Jennifer Hudson, Carole King (Respect) “No Time to Die” – Billie Eilish, Finneas O’Connell (007 – Sem Tempo Para Morrer)
TELEVISÃO/STREAMING
MELHOR SÉRIE – DRAMA Lupin The Morning Show PostM Squid Game Succession
MELHOR ATRIZ DE SÉRIE – DRAMA Uzo Aduba (In Treatment) Jennifer Aniston (The Morning Show) Christine Baranski (The Good Fight) Elisabeth Moss (The Handmaid’s Tale) Michaela Jaé (MJ) Rodriguez (Pose)
MELHOR ATOR DE SÉRIE – DRAMA Brian Cox (Succession) Lee Jung-jae (Squid Game) Billy Porter (Pose) Jeremy Strong (Succession) Omar Sy (Lupin)
MELHOR SÉRIE – COMÉDIA OU MUSICAL The Great (Hulu) Hacks (HBO Max) Only Murders in the Building (Hulu) Reservation Dogs (FX on Hulu) Ted Lasso (Apple TV Plus)
MELHOR ATRIZ DE SÉRIE – COMÉDIA OU MUSICAL Hannah Einbinder (Hacks) Elle Fanning (The Great) Issa Rae (Insecure) Tracee Ellis Ross (Black-ish) Jean Smart (Hacks)
MELHOR ATOR DE SÉRIE – COMÉDIA OU MUSICAL Anthony Anderson (Black-ish) Nicholas Hoult (The Great) Steve Martin (Only Murders in the Building) Martin Short (Only Murders in the Building) Jason Sudeikis (Ted Lasso)
MELHOR MINISSÉRIE OU FILME PARA TV Dopesick (Hulu) Impeachment: American Crime Story (FX) Maid (Netflix) Mare of Easttown (HBO) The Underground Railroad (Amazon Prime Video)
MELHOR ATRIZ DE MINISSÉRIE OU FILME PARA TV Jessica Chastain (Scenes From a Marriage) Cynthia Erivo (Genius: Aretha) Elizabeth Olsen (WandaVision) Margaret Qualley (Maid) Kate Winslet (Mare of Easttown)
MELHOR ATOR DE MINISSÉRIE OU FILME PARA TV Paul Bettany (WandaVision) Oscar Isaac (Scenes From a Marriage) Michael Keaton (Dopesick) Ewan McGregor (Halston) Tahar Rahim (The Serpent)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE DE SÉRIE, MINISSÉRIE OU FILME PARA TV Jennifer Coolidge (White Lotus) Kaitlyn Dever (Dopesick) Andie MacDowell (Maid) Sarah Snook (Succession) Hannah Waddingham (Ted Lasso)
MELHOR ATOR COADJUVANTE DE SÉRIE, MINISSÉRIE OU FILME PARA TV Billy Crudup (The Morning Show) Kieran Culkin (Succession) Mark Duplass (The Morning Show) Brett Goldstein (Ted Lasso) Oh Yeong-su (Squid Game)
CINEMA BUSCA RECONSTRUÇÃO APÓS PANDEMIA, MAS TEME POR FUTURO COM VARIANTES
Olá a todos! Este ano, meu fim de ano está sendo bastante corrido, então meu post de retrospectiva será mais breve e resumido. Como as plataformas do Facebook e principalmente Instagram (como eu odeio aquele número de caracteres limitadíssimo!) não permitem um texto mais longo, faço questão de escrever um post aqui no WordPress, onde não há restrições.
Assim como o mundo tentou se recuperar em 2021 com a vacinação da COVID, o Cinema também se aproveitou das dificuldades impostas pela pandemia para tentar se reinventar com equipes de filmagem reduzidas, orçamentos ainda menores e temáticas que refletem esse momento delicado na sociedade. Em 2020, vimos como os serviços de streaming foram essenciais para manter nossa sanidade mental enquanto passamos a maior parte do tempo em casa isolados, e por isso mesmo passamos a recomendar filmes (na maior parte do tempo interligados por temáticas) todos os finais de semana como forma de entreter os seguidores cinéfilos.
Ainda não sabemos se a variante Ômicron e outras que possam vir causarão novos picos de casos e mortes pelo mundo, mas os governos (pelo menos boa parte) estão mais alertas e alguns já aplicam novos lockdowns. É triste só de pensar que podemos enfrentar uma onda igual ou maior, mas espero que a ciência possa continuar nos auxiliando nessa luta. Fico feliz que o público está voltando às salas de cinema, mas caso a pandemia persista, talvez seja necessário fechá-las novamente… pelo menos por um tempo.
OSCAR 2021: MUDANÇAS QUE NÃO SURTIRAM EFEITO
Por se tratar da primeira edição do Oscar após o início da pandemia, havia forte possibilidade de que a cerimônia fosse totalmente virtual como aconteceu com o Globo de Ouro, contudo o céu nublado começou a abrir quando o Grammy foi um evento bem-sucedido ao apostar no híbrido, com participações virtuais, poucos convidados no local e num ambiente aberto para driblar o contágio do vírus. Esse era o caminho a seguir para o Oscar dar certo presencialmente: mudar do Dolby Theater para a Union Station.
Sob essas condições limitadas, o ideal seria fazer o simples e o básico, e tentar reduzir o tempo da transmissão para melhorar a audiência decadente, mas Steven Soderbergh (eleito para dirigir a cerimônia), estava repleto de ideias e queria botar todas em prática. 1º Queria transformar o Oscar num filme e seguiu Regina King caminhando pelo tapete vermelho enquanto os créditos de abertura estampavam a tela; 2º Houve redução drástica de videoclipes com trechos dos filmes indicados substituídos por um roteiro de curiosidades sobre os indicados e não impôs limite de tempo para os discursos de agradecimento; 3º Alterou a ordem natural dos principais prêmios, apresentando Melhor Direção na primeira metade da cerimônia e fechou com Atriz e Ator, apostando um clímax estrelado por uma homenagem para o recém-falecido Chadwick Boseman, mas… faltou combinar com os votantes porque Anthony Hopkins, que estava dormindo em sua casa, foi o vencedor. E pra piorar, os números de audiência do Oscar foram os piores da história. Soderbergh não deve voltar tão cedo aos bastidores do Oscar…
Sobre os resultados, as vitórias de Anthony Hopkins, Frances McDormand, Yuh-jung Youn e Daniel Kaluuya foram justas pelas performances apresentadas. Quero dizer, não houve um prêmio servindo de compensação por uma derrota anterior, por exemplo. O terceiro Oscar para Frances McDormand a tornou a atriz mais premiada, atrás apenas da lendária Katharine Hepburn, que tem 4.
PANDEMIA: CINEMAS REABRINDO
Muita gente ainda não voltou às salas de cinema, mesmo com o avanço da vacinação. É super compreensível, afinal a sala de cinema ainda é um ambiente propício para um contágio (um monte de gente aglomerada sob o mesmo ar condicionado). Mas muitos já se arriscaram para voltar a ver um filme na tela grande, como eu.
Voltei para ver Invocação do Mal 3, depois fui ver os blockbusters Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, 007 Sem Tempo Para Morrer, Eternos, e por último, Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (aliás, este último é o verdadeiro filme do retorno do público aos cinemas e foi bom estar numa sala com fãs reagindo positivamente ao filme). Gostaria de ter visto alguns filmes melhores e alternativos como Benedetta, Titane e Noite Passada no Soho, mas os cinemas do interior de SP são uma tristeza em termos de diversidade (e legenda em português!). Queria ter visto Ataque dos Cães da Netflix nos cinemas, mas foram raríssimas sessões somente na capital paulista.
Espero que essa variante Ômicron não represente uma ameaça tão grande a ponto de impedir os avanços da vacinação, pois a experiência de ver um filme no cinema é incomparável, ainda mais depois de tanto tempo vendo filmes em casa.
GLOBO DE OURO EM CRISE
Mesmo virtualmente, houve a cerimônia do Globo de Ouro com as hostesses Tina Fey e Amy Poehler, e havia motivo para celebração, pois pela primeira vez na história, três diretoras mulheres haviam sido indicadas na categoria: Chloé Zhao, Emerald Fennell e Regina King. Mas dois escândalos acabaram com a credibilidade do prêmio da HFPA num piscar de olhos: 1º Apesar de ser composto por menos de 90 jornalistas, não havia nenhum membro negro entre eles, e alguns membros sequer tinham publicações sobre cinema. 2º Havia fortes indícios que votantes da HFPA receberam diárias de hotéis na França em troca de votos para a série da Netflix, Emily in Paris.
Foi um desastre irreversível naquele momento. Dentre as consequências: a rede NBC decidiu que não iria transmitir a cerimônia de 2022; os principais estúdios anunciaram que não fariam campanha junto a HFPA até que as coisas estivessem melhores; e pra fechar com chave de ouro, Tom Cruise ficou tão cabreiro que quis devolver os três Globos de Ouro que ele ganhou na carreira (será que devolveu mesmo ou foi apenas uma ameaça publicitária?).
Nesses últimos 8 meses, a HFPA passou por algumas reformulações como a adesão de mais de 20 novos membros (sim, alguns são negros) e a mudança no regulamento que agora permite produções estrangeiras de competirem em categorias principais como Melhor Série e Melhor Filme. Nos últimos anos, produções de idiomas asiáticos não puderam competir como Parasita, A Despedida e Minari. Este ano, a série sul-coreana Round 6 (ou Squid Game) já concorre à Melhor Série – Drama.
Nitidamente, o Globo de Ouro parou no tempo e não deu um update no seu regulamento e precisava há tempos de uma varredura nesse clube elitista de membros, mas não se trata de qualquer prêmio para jogar no lixo quase 80 anos de história. Particularmente, acho de uma hipocrisia lastimável a postura desses estúdios, pois a maioria (se não todos) jogou por décadas esse jogo de compra de votos quando lhes conveio. Agora seria a hora de apoiar e sugerir mudanças na reforma, mas tudo se resumiu a abandono e descaso. Foi triste ver Snoop Dogg como a única celebridade a aceitar o convite da HFPA para anunciar os indicados de 2022.
AMAZON STUDIOS COMPRA A MGM
Não vou ser hipócrita de criticar o Capitalismo agora porque grandes estúdios estão comendo uns aos outros, pois é assim que o mundo gira, mas confesso que foi um pouco triste de ver a lendária MGM vendida pela “bagatela” de 8,45 bilhões de dólares no último mês de Maio. Embora estivesse em decadência financeira há alguns anos, o estúdio fez parte da nossa História com tantos filmes marcantes e qualidade como a mais longeva franquia de 007, a franquia de Rocky, RoboCop, A Pantera Cor-de-Rosa… Como elas serão continuadas sob nova direção?
Contudo, o que mais me preocupa é essa pasteurização, pois cada estúdio tinha uma ousadia singular que proporcionava uma diversidade de produções que fazia bem para o Cinema como forma de arte. É claro que não podemos ser meramente saudosistas e precisamos visualizar que os filmes mudam a cada década assim como a forma de fazê-los, mas existe sim um um pessimismo no futuro porque os estúdios estão sendo cada vez mais controlados por produtores mais interessados nos lucros das bilheterias e merchadising do que com a qualidade da história, sem contar com a falta de coragem de apostar em materiais originais e inovadores.
MORTE NO SET DE FILMAGENS
Em Outubro, durante as filmagens do filme Rust no Novo México, o ator e produtor Alec Baldwin acidentalmente atirou com uma arma de fogo real e matou a diretora de fotografia Halyna Hutchins e feriu o diretor Joel Souza. Além de muito nova (42 anos), ela havia sido nomeada como uma “rising star” pela revista American Cinematographer em 2019, destacando a ascensão de uma mais uma mulher na função. A princípio, o disparo parecia meramente acidental, mas as investigações levantaram más condições de trabalho e o não cumprimento de leis trabalhistas e de segurança. Atualmente, a polícia está pedindo acesso ao celular do ator para maiores esclarecimentos.
Após esse incidente, muito se discutiu sobre o uso de armas de fogo reais em sets de filmagens, abrindo a possibilidade de utilizarem armas de brinquedo ou até feitas pela computação gráfica, reduzindo a zero as chances de um tiro acidental. Infelizmente, essa discussão já foi feita anteriormente e nada mudou de lá pra cá. Em 1994, durante filmagens de O Corvo, o ator Brandon Lee, filho de Bruce Lee, foi baleado por balas de verdade e acabou morrendo.
CRÍTICAS
META 2021
Ao contrário dos últimos dois anos, não tive tanto tempo disponível para ver filmes, mas na medida do possível, consegui assistir a 156 filmes até o momento. Dentre os títulos que finalmente conferi, destaco Uma Equipe Muito Especial (achava que era apenas um filme bobo de baseball, mas tem muito a dizer sobre a força feminina no cinema), A Hora da Zona Morta (ótima e curiosa colaboração entre Stephen King e David Cronenberg), A Fantástica Fábrica de Chocolate (todo mundo já viu na Sessão da Tarde! Adorei o humor negro que não se faz mais hoje), Era uma Vez na América (embora seja fã do diretor Sergio Leone, tenho certa aversão a filmes muito longos, mas esse épico realmente valeu a pena), e OEstranho Mundo de Jack (realmente filmes natalinos não são meu forte).
Em 2022, quero finalmente ver alguns filmes do Akira Kurosawa que estão na minha lista há tempos como Yojimbo, Ikiru e Ran, outros do Jean-Luc Godard como Masculino-Feminino, e de Federico Fellini como A Doce Vida. E vocês? Tem aqueles filmes que estão mofando na sua watchlist há vários anos? Comente no final do post.
PIORES DO ANO
TOP 5 PIORES LANÇAMENTOS DO ANO
5. ESTADOS UNIDOS VS. BILLIE HOLIDAY (The United States vs. Billie Holiday, 2020). Dir: Lee Daniels
4. ERA UMA VEZ UM SONHO (Hilbilly Elegy, 2020). Dir: Ron Howard
3. EMMA. (Emma., 2020). Dir: Autumn de Wilde
2. UM PRÍNCIPE EM NOVA YORK 2 (Coming 2 America, 2021). Dir: Craig Brewer
1.MORTAL KOMBAT (Mortal Kombat, 2021). Dir: Simon McQuoid
Resolvi assistir logo após a loucura que foi a temporada de premiações, pois precisava de algo urgente que não precisasse usar o cérebro, mas não achei que Mortal Kombat chegasse a ferir meus neurônios. Pelo visual e design do trailer, parecia algo um pouco mais promissor, mas foi uma maçaroca detestável e ainda com ambições de criar um universo como a Marvel em um único filme. Muita pretensão!
MELHORES DO ANO
Como revelei acima, só consegui assistir a cinco filmes nas salas de cinema este ano, portanto a seleção de melhores do ano será composta de lançamentos de 2020 e 2021.
5. MINARI: EM BUSCA DA FELICIDADE (Minari). Dir: Lee Isaac Chung
4.NOMADLAND (Nomadland). Dir: Chloé Zhao
3. ATAQUE DOS CÃES (The Power of the Dog). Dir: Jane Campion
2. MEU PAI (The Father). Dir: Florian Zeller
1. FLEE. Dir: Jonas Poher Rasmussen
A essa altura do campeonato, muitos já conhecem o filme dinamarquês que mistura animação e documentário. Não apresenta algo realmente inovador, mas possui muita alma no relato do refugiado Amin, que passou por inúmeras situações desumanas. Não sei se vai ganhar algum Oscar, mas merece destaque na temporada.
TOP 5 MELHORES em MÍDIA DIGITAL OU STREAMING
5. CONFRONTO NO PAVILHÃO 99 (Brawl in Cell Block 99, 2017) & JUSTIÇA BRUTAL (Dragged Across Concrete, 2018). Dir: S. Craig Zahler
4. SORRIA (Smile, 1975). Dir: Michael Ritchie (Obrigado pela recomendação, Carlos!)
3. UMA EQUIPE MUITO ESPECIAL (A Legue of Their Own, 1992). Dir: Penny Marshall
2. CABRA MARCADO PARA A MORTE (1984). Dir: Eduardo Coutinho
1. OS SAPATINHOS VERMELHOS (The Red Shoes, 1948). Dir: Michael Powell e Emeric Pressburger
Há muito tempo estava na minha lista, mas só agora consegui conferir este clássico sobre música e dança da dupla britânica Powell e Pressburger. Teria sido lindo se fosse numa sala de cinema, pois é um espetáculo inquestionável, mas saí muito feliz da sessão do streaming do Belas Artes a la Carte.
IN MEMORIAM
2021 já começou com tristes despedidas dos atores Cloris Leachman, Cicely Tyson, Hal Holbrook e Christopher Plummer só nos primeiros dois meses. Depois perdemos outros atores como Yaphet Kotto, Olympia Dukakis, Ned Beatty, Dean Stockwell, Jean-Paul Belmondo e os brasileiros Tarcísio Meira e o impagável Paulo Gustavo.
Entre os diretores, demos adeus à primeira diretora indicada ao Oscar de Direção, a italiana Lina Wertmuller, que felizmente recebeu o Oscar Honorário há um ano. Também perdemos Richard Donner, responsável por clássicos dos anos 70 e 80 como Superman: O Filme, Os Goonies, O Feitiço de Áquila, Máquina Mortífera e A Profecia, mas que infelizmente não teve a mesma homenagem da Academia…
VOTOS PARA 2022
Primeiramente, agradecer aos inúmeros voluntários e colaboradores da saúde que possibilitaram o avanço da campanha de vacinação no Brasil, apesar das inúmeras dificuldades e o combate a tantas fake news. Vamos torcer para que a ciência possa nos prover imunizantes seguros para essa e outras variantes que possam vir e se alastrar. E claro, desejo muita saúde a todos!
Aproveito para desejar um Feliz Natal e Próspero Ano Novo a todos os seguidores, independente das plataformas, seja comentando, curtindo ou simplesmente visualizando nossas postagens. Espero que consiga cobrir as notícias desta próxima temporada de premiação e compartilhar opiniões sobre as produções, sempre com muito respeito e dedicação.
PELA PRIMEIRA VEZ, PRÉ-LISTA SE ESTENDE À CATEGORIA DE MELHOR SOM
Nest terça-feira (21/12), a Academia divulgou as pré-listas de dez categorias. Foram 15 pré-selecionados para Melhor Documentário, Filme Internacional, Trilha Musical Original e Canção Original, enquanto foram 10 nas categorias de Maquiagem e Penteado, Efeitos Visuais, Som, Documentário-Curta, Curta-Metragem e Curta de Animação. Apenas os filmes dessas listas poderão seguir adiante na disputa pelas 5 indicações nessas categorias, que serão divulgadas apenas no dia 08 de Fevereiro.
Embora torcida não falte, o representante brasileiro, Deserto Particular, de Aly Muritiba, não avançou na disputa por uma das 5 cobiçadas vagas da categoria Filme Internacional. O Brasil permanece estacionado em 1999, quando Central do Brasil foi indicado, e em 2007, quando O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias chegou na pré-lista. Havia uma expectativa razoável do Cinema Brasileiro voltar ao tapete vermelho caso 7 Prisioneiros, de Alexandre Moratto, tivesse sido selecionado pelo comitê da Academia Brasileira de Cinema, pois o filme já contava com o aporte da Netflix e dos produtores indicados ao Oscar, Fernando Meirelles e Ramin Bahrani, mas agora jamais saberemos como seria. O jeito é continuar apoiando o cinema nacional em tempos difíceis e torcer para que esse comitê selecione com maior preparo, antecipação e embasamento, e não apenas por gostos pessoais.
Se não houve espaço para o Brasil em Filme Internacional, sobrou uma vaguinha para Curta-Metragem para o filme Seiva Bruta, de Gustavo Milan, ou Under the Heavens como ficou conhecido internacionalmente. A história acompanha uma jovem venezuelana que ajuda um casal em dificuldades amamentando a filha deles após imigrar ao Brasil. Se não me engano, o último curta brasileiro indicado ao Oscar foi em 2001 com Uma História de Futebol, de Paulo Machline.
Abaixo, seguem as pré-listas das dez categorias e um breve panorama e comentário.
DOCUMENTÁRIO
“Ascension” (MTV Documentary Films) – dir. Jessica Kingdon
“Attica” (Showtime) – dir. Stanley Nelson
“Billie Eilish: The World’s a Little Blurry” (Apple Original Films) – dir. RJ Cutler
“Faya Dayi” (Janus Films) – dir. Jessica Beshir
“The First Wave” (National Geographic) – dir. Matthew Heineman
“Flee” (Neon) – dir. Jonas Poher Rasmussen
“In the Same Breath” (HBO Documentary Films) – dir. Nanfu Wang
“Julia” (Sony Pictures Classics) – dir. Julie Cohen, Betsy West
“President” (Greenwich Entertainment) – dir. Camilla Nielsson
“Procession” (Netflix) – dir. Robert Greene
“The Rescue” (National Geographic) – dir. Jimmy Chin, Elizabeth Chai Vasarhelyi
“Simple as Water” (HBO Documentary Films) – dir. Megan Mylan
“Summer of Soul (…Ou, Quando a Revolução Não Pode Ser Televisionada)” (Searchlight Pictures) – dir. Quest Love
“The Velvet Underground” (Apple Original Films) – dir. Todd Haynes
“Writing with Fire” (Music Box Films) – dir. Rintu Thomas
Houve um redução considerável do número de documentários inscritos este ano se compararmos ao ano de 2020: de 238 para 138, mas ainda assim há bons documentários que merecem estar no Oscar. O primeiro destaque fica por conta do dinamarquês Flee, que se tornou o primeiro exemplar de filme elegível nas categorias de Documentário, Filme Internacional e Longa de Animação, e é bem possível que possa ser triplamente indicado.
Até o momento, um dos documentários mais bem comentados e elogiados foi Summer of Soul, dirigido pelo DJ Questlove, o mesmo que proveu música para a última cerimônia do Oscar. Ele recupera imagens sagradas de um festival de música e cultura afro no Harlem em 1969, e em tempos pós-Black Lives Matter, está com a passagem praticamente garantida para o Dolby Theater.
Procession, que acompanha um grupo de vítimas de abuso sexual de padres católicos, recentemente foi indicado ao Independent Spirit e ficou em 2º lugar na seleção do LAFCA. E existem as possibilidades da diretora chinesa Nanfu Wang, que foi esnobada pelo ótimo One Child Nation, ser indicada por In the Same Breath, que disseca a ligação da pandemia de Wuhan com o Partido Comunista Chinês; e do aclamado Todd Haynes, diretor de Longe do Paraíso e Carol, ser indicado pelo documentário The Velvet Underground, sobre uma das bandas de rock mais influentes de seu tempo.
FILME INTERNACIONAL
“Great Freedom” (Áustria) – dir. Sebastian Meise
“Playground” (Bélgica) – dir. Laura Wandel
“Lunana: A Yak in the Classroom” (Butão) – dir. Pawo Choyning Dorji
“Flee” (Dinamarca) – dir. Jonas Poher Rasmussen
“Compartment No. 6” (Finlândia) – dir. Juho Kuosmanen
“O Homem Ideal” (Alemanha) – dir. Maria Schrader
“Lamb” (Islândia) – dir. Valdimar Jóhannsson
“A Hero” (Irã) – dir. Asghar Farhadi
“A Mão de Deus” (Itália) – dir. Paolo Sorrentino
“Drive My Car” (Japão) – dir. Ryusuke Hamaguchi
“Hive” (Kosovo) – dir. Blerta Basholli
“Prayers for the Stolen” (México) – dir. Tatiana Huezo
“The Worst Person in the World” (Noruega) – dir. Joachim Trier
“Plaza Catedral” (Panamá) – dir. Abner Benaim
“The Good Boss” (Espanha) – dir. Fernando León de Aranoa
Como no ano anterior, foram 93 filmes inscritos. Desde a última temporada, devido à pandemia, o comitê especial que elegia três dos nove filmes pré-listado foi suspenso, mas por outro lado, os pré-selecionados passaram de nove para quinze filmes. Claro que isso é ótimo para esses filmes, pois podem trabalhar com mais tempo em suas campanhas em solo americano, mas existem chances bem maiores de filmes premiados e aclamados serem esnobados como foi o caso do francês Titane, de Julia Ducournau, que se tornou a segunda mulher a vencer a Palma de Ouro em Cannes. Apesar do prêmio, e do suporte da distribuidora NEON, o filme possui uma característica bastante divisiva (como era dos filmes do início da carreira de David Cronenberg como Crash – Estranhos Prazeres) que acaba prejudicando a média na hora da votação.
Dentre os filmes que praticamente estão dentre da lista final estão o japonês Drive My Car, o iraniano A Hero, o norueguês The Worst Person in the World (também da NEON) que, curiosamente, foram todos premiados no Festival de Cannes. Sob essa perspectiva, o finlandês Compartment No. 6 também estaria garantido, ainda mais por poder contar com a boa campanha da Sony Pictures Classics, que não pôde fazer campanha para o espanhol Madres Paralelas, de Pedro Almodóvar, pois foi preterido pelo comitê espanhol por The Good Boss, que também está nesta pré-lista.
Para a última vaga, poderíamos apostar as fichas no dinamarquês Flee, mas sendo elegível também nas categorias de Longa de Animação e Documentário, os votos podem se dividir e prejudicá-lo. O italiano A Mão de Deus conta com o prestígio do vencedor do Oscar Paolo Sorrentino e do apoio da Netflix, mas a crítica tem sido bem conturbada, inclusive com frases do tipo “ele pensa que é Fellini”. E existem chances da Academia surpreender como tem feito nos últimos anos e indicar fora da lista dos previsíveis e indicar o austríaco Great Freedom ou o mexicano Prayers for the Stolen, mas não acredito que vá nos inéditos da pré-lista como o filme do Butão, Lunana: A Yak in the Classroom, do Panamá, Plaza Catedral, ou de Kosovo, Hive.
Só para citar alguns excluídos da lista além do Brasil, destaco o colombiano Memoria, de Apichatpong Weerashetakul (estrelado por Tilda Swinton) e o russo Unclenching the Fists, de Kira Kovalenko.
MAQUIAGEM E PENTEADO
“Um Príncipe em Nova York 2” (Amazon Studios)
“Cruella” (Walt Disney Pictures)
“Cyrano” (MGM/United Artists Releasing)
“Duna” (Warner Bros)
“Os Olhos de Tammy Faye” (Searchlight Pictures)
“Casa Gucci” (MGM/United Artists Releasing)
“O Beco do Pesadelo” (Searchlight Pictures)
“007 Sem Tempo Para Morrer” (MGM/United Artists Releasing)
“O Esquadrão Suicida” (Warner Bros)
“Amor, Sublime Amor” (20th Century Studios)
Dentre os dez da lista, aquela transformação bisonha de Jared Leto em Casa Gucci chama bastante atenção. Se fosse alguns anos atrás, diríamos sem pestanejar que seria indicado e que ganharia, mas os tempos mudaram e a maquiagem tem sido um pouco como trilha musical, pois quanto mais sutil, melhor para a Academia. De qualquer forma, acreditamos que entra na lista final, porque Leto estampa os pôsteres e fica marcado. O mesmo pode ser dito para Os Olhos de Tammy Faye, já que Jessica Chastain nitidamente se transforma na personagem com o auxílio da maquiagem e penteado.
Duna deve estar entre os indicados e tem as melhores chances de ganhar a estatueta por se tratar da recriação de um universo renomado. Por causa dos penteados de Emma Stone, Cruella tem chances de aparecer na lista final, contando com o aporte da Disney. Já a última vaga poderia ficar entre Cyrano e Amor, Sublime Amor.
Apesar da qualidade da maquiagem transformativa de Um Príncipe em Nova York 2 ser notável, o filme foi muito mal recebido e, se o filme original não ganhou o Oscar em 1989, não é o segundo que vai. Destaque para os três filmes da MGM nessa lista: Casa Gucci, Cyrano e 007 Sem Tempo Para Morrer. Dentre os ausentes mais sentidos estão Apresentando os Ricardos e o mundo colorido de Wes Anderson em A Crônica Francesa.
TRILHA MUSICAL ORIGINAL
“Apresentando os Ricardos” (Amazon Studios) – Daniel Pemberton
“A Lenda de Candyman” (Universal Pictures) – Robert Aiki Aubrey Lowe
“Não Olhe Para Cima” (Netflix) – Nicholas Britell
“Duna” (Warner Bros) – Hans Zimmer
“Encanto” (Walt Disney Pictures) – Germaine Franco
“O Último Duelo” (20th Century Studios) – Harry Gregson-Williams
“007 Sem Tempo Para Morrer” (MGM/United Artists Releasing) – Hans Zimmer
“Madres Paralelas” (Sony Pictures Classics) – Alberto Iglesias
“Ataque dos Cães” (Netflix) – Jonny Greenwood
“Spencer” (Neon/Topic Studios) – Jonny Greenwood
“The Tragedy of Macbeth” (Apple Original Films/A24) – Carter Burwell
Primeiro, gostaríamos de ressaltar a inclusão da trilha de A Lenda de Candyman, de Robert Aiki Aubrey Lowe. Como é tão raro filmes de terror no Oscar, não poderíamos deixar de valorizar. Claro que não podemos nos iludir, pois a Academia adora dar o doce e depois tirá-lo, como foi o caso do ano passado com a inclusão da trilha de O Homem Invisível, que na hora das indicações, foi totalmente esnobado.
Pelas estatísticas, é importante destacar Germaine Franco como a única mulher na lista por Encanto (ela foi indicada ao Globo de Ouro), e Robert Aiki Aubrey Lowe se junta a Kris Bowers (aquele compositor do documentário-curta indicado este ano A Concerto is a Conversation) por King Richard: Criando Campeãs, e Jeymes Samuel por Vingança & Castigo como os três compositores negros da lista.
Dito isso, dois compositores têm a chance de serem duplamente indicados: Hans Zimmer por Duna e 007 Sem Tempo Para Morrer (provavelmente será indicado pelo primeiro) e Jonny Greenwood por Ataque dos Cães e Spencer (também com maiores chances de ser indicado pelo primeiro). Além deles, por enquanto apostamos em indicações para Alberto Iglesias (Madres Paralelas), Germaine Franco (Encanto) e Nicholas Britell (Não Olhe Para Cima).
CANÇÃO ORIGINAL
“So May We Start?” de “Annette” (Amazon Studios)porRon Mael, Russell Mael (Sparks)
“Down To Joy” de “Belfast” (Focus Features)porVan Morrison
“Right Where I Belong” de “Brian Wilson: Long Promised Road” (Screen Media Films)porBrian Wilson, Jim James
“Automatic Woman” de “Bruised” (Netflix)porH.E.R. (outros compositores a serem determinados)
“Dream Girl” de “Cinderela” (Amazon Studios)porIdina Menzel, Laura Veltz
“Beyond The Shore” de “No Ritmo do Coração” (Apple Original Films)porNicholai Baxter, Matt Dahan, Sian Heder, Marius de Vries
“The Anonymous Ones” de “Querido Evan Hansen” (Universal Pictures)porBenj Pasek, Justin Paul, Amandla Stenberg
“Just Look Up” de “Não Olhe Para Cima” (Netflix)por Nicholas Britell, Ariana Grande, Scott Mescudi, Tara Stinson
“Dos Oruguitas” de “Encanto” (Walt Disney Pictures)porLin-Manuel Miranda
“Somehow You Do” de “Four Good Days” (Vertical Entertainment)porDiane Warren
“Guns Go Bang” de “Vingança e Castigo” (Netflix) porJeymes Samuel, Scott Mescudi, Shawn Carter
“No Time To Die” de “007 Sem Tempo Para Morrer” (MGM/United Artists Releasing)porBillie Eilish, Finneas O’Connell
“Here I Am (Singing My Way Home)” de “Respect: A História de Aretha Franklin” (MGM/United Artists Releasing)porJamie Alexander Hartman, Jennifer Hudson, Carole King
“Your Song Saved My Life” de “Sing 2” (Illumination/Universal Pictures)porBono, The Edge, Adam Clayton, Larry Mullen, Jr.
A maior publicidade desta pré-lista é a possibilidade de marido e mulher serem indicados e competirem entre si pela primeira vez na história da Academia. Sim, Jay-Z (por Vingança & Castigo) disputa uma indicação com sua esposa Beyoncé (por King Richard: Criando Campeãs). As celebridades musicais não param por aí. Ariana Grande (Não Olhe Para Cima), Billie Eilish (007 Sem Tempo Para Morrer), e Van Morrison (Belfast) podem chegar ao tapete vermelho.
Nossa querida Diane Warren novamente aparece na lista com a canção “Somehow You Do’ do drama Four Good Days, estrelado por Glenn Close e Mila Kunis. Será que ela consegue sua 13ª indicação? E o Oscar finalmente vai pra ela? Pro azar dela, a vencedora deste ano que ganhou dela, H.E.R., está de volta com o filme da Netflix Ferida, estrelado e dirigido por Halle Berry. Por enquanto, acreditamos que o Oscar fica entre Beyoncé e Billie Eilish.
EFEITOS VISUAIS
“Viúva Negra” (Marvel Studios)
“Duna” (Warner Bros)
“Eternos” (Marvel Studios)
“Free Guy: Assumindo o Controle” (20th Century Studios)
“Ghostbusters: Mais Além” (Sony Pictures)
“Godzilla vs. Kong” (Warner Bros)
“Matrix Resurrections” (Warner Bros)
“007 Sem Tempo Para Morrer” (MGM/United Artists Releasing)
“Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis” (Marvel Studios)
“Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa” (Sony Pictures)
Quatro filmes da Marvel Studios estão na lista: Viúva Negra, Eternos, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis e o recém-lançado Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa. Particularmente achamos bem sofríveis os efeitos do dragão na parte final de Shang-Chi, mas pelo visto o lobby fala mais alto. Duna e Eternos são apostas mais seguras, enquanto Free Guy: Assumindo o Controle está quase lá pela sua natureza de efeitos de video-game.
As outras duas vagas devem ser preenchidas por Matrix Ressurections e 007 Sem Tempo Para Morrer, mas pode haver abertura para Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa pelo estrondoso sucesso nas bilheterias.
SOM
“Belfast” (Focus Features)
“Duna” (Warner Bros)
“Noite Passada no Soho” (Focus Features)
“Matrix Resurrections” (Warner Bros)
“007 Sem Tempo Para Morrer” (MGM/United Artists Releasing)
“Ataque dos Cães” (Netflix)
“Um Lugar Silencioso: Parte II” (Paramount Pictures)
“Homem-Aranha: Sem Caminho Para Casa” (Sony Pictures)
“Tick, Tick … Boom!” (Netflix)
“Amor, Sublime Amor” (20th Century Studios)
Pela primeira vez, a Academia decidiu fazer a pré-lista da categoria de Som, que foi unificada desde 2021 e vencida pelo minucioso O Som do Silêncio. A disputa deve ficar entre o barulhento Duna e o musical Amor, Sublime Amor. Falando em musicais, Tick, Tick… BOOM! deve conquistar uma das vagas. Um Lugar Silencioso: Parte II deve ser lembrado pelo uso criativo e chamativo do som, e um filme mais barulhento deve ficar com a última vaga como Matrix, 007 ou Homem-Aranha. A presença de Noite Passada em Soho é surpreendente aqui, mas bem-vinda.
CURTA DE ANIMAÇÃO
“Affairs of the Art”
“Angakusajaujuq: The Shaman’s Apprentice”
“Bad Seeds”
“Bestia”
“Boxballet”
“Flowing Home”
“Mum Is Pouring Rain”
“The Musician”
“Namoo”
“Only a Child”
“Robin Robin”
“Souvenir Souvenir”
“Step into the River”
“Us Again”
“The Windshield Wiper”
DOCUMENTÁRIO-CURTA
“Águilas”
“Audible”
“A Broken House”
“Camp Confidential: America’s Secret Nazis”
“Coded: The Hidden Love of J. C. Leyendecker”
“Day of Rage”
“The Facility”
“Lead Me Home”
“Lynching Postcards: “Token of a Great Day”
“The Queen of Basketball”
“Sophie & the Baron”
“Takeover”
“Terror Contagion”
“Three Songs for Benazir”
“When We Were Bullies”
CURTA-METRAGEM
“Ala Kachuu – Take and Run”
“Censor of Dreams”
“The Criminals”
“Distances”
“The Dress”
“Frimas”
“Les Grandes Claques”
“The Long Goodbye”
“On My Mind”
“Please Hold”
“Stenofonen”
“Tala’vision”
“Seiva Bruta” (Under the Heavens)
“When the Sun Sets”
“You’re Dead Helen”
______________________________________________________________________________________ O anúncio dos indicados ao Oscar 2022 será no dia 08 de Fevereiro.
EMBORA SEJA O RECORDISTA DE INDICAÇÕES, FILME DA DISNEY NÃO FOI INDICADO À MELHOR DIREÇÃO
Na 49ª edição do Annie Awards, o Oscar da Animação, a Disney pode ter a produção com maior número de indicações, mas foi a Netflix que dominou a maioria das vagas com 52 indicações, principalmente por suas séries como Arcane, que acumulou 9 indicações, e o filme em parceria com a Sony Pictures, A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, com 8 indicações. Em 2º lugar, a Disney coletou 29 indicações, bem abaixo da Netflix, mas tem boas chances de emplacar três longas de animação no Oscar: Raya e oÚltimo Dragão, Luca e Encanto.
Na categoria principal de Melhor Longa de Animação, os três filmes competem com Sing 2, da Universal Pictures, e o já citado A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, da Sony em parceria com a Netflix. Já na categoria de Animações Independentes, o dinamarquês Flee é o franco-favorito, seguido de perto pelo japonês Belle, que pode roubar uma vaga no Oscar, já que a Academia tem um histórico de reconhecer produções em língua estrangeira. Falado em francês, Viagem ao Topo da Terra também pode beliscar uma das 5 vagas, mas com chances mais remotas, já que a Netflix deve concentrar sua verba na campanha da Família Mitchell.
Aliás, num ano em que a poderosa Disney não tem um franco-favorito como Soul na última temporada, a Academia poderia aproveitar a oportunidade para premiar pela segunda vez uma animação alternativa e em língua estrangeira como Flee. A animação dinamarquesa é uma mistura interessante de documentário e animação, que reconstrói a história de vida de um refugiado afegão. O uso da animação tem uma função nobre: manter a identidade real do protagonista que viveu vários anos sob o medo de ser descoberto por autoridades e grupos terroristas.
Apesar de Raya e o Último Dragão ter surpreendido com 10 indicações, a ausência na categoria de Direção se mostra crucial, pois enfraquece a campanha rumo ao Oscar. Por outro lado, os diretores indicados Jonas Poher Rasmussen (de Flee) e Mamoru Hosoda (de Belle) reforçaram suas campanhas.
Na categoria de Trilha Musical, Lin-Manuel Miranda conseguiu dupla indicação pelas trilhas de Encanto e Vivo, ambos da Disney, o que deve lhe favorecer no Oscar. Em 2017, ele foi indicado a Melhor Canção Original por “How Far I’ll Go”, de Moana, e este ano compôs as canções de Em um Bairro de Nova York e produziu tick, tick… BOOM!.
E por último, na categoria de Dublagem, John Leguizamo e Stephanie Beatriz concorrem por Encanto, Jack Dylan Grazer por Luca, Kelly Marie Tran por Raya e o Último Dragão, mas Abbi Jacobson tem as melhores chances de levar por dublar Katie em A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, que poderia indicar Olivia Colman, que dubla a vilã e Sistema operacional PAL.
Segue a lista completa dos vencedores (em negrito) ao 49º Annie Awards:
MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO
ENCANTO (Encanto) – Disney
LUCA (Luca) – Pixar
RAYA E O ÚLTIMO DRAGÃO (Raya and the Last Dragon) – Disney
SING 2 – Illumination
A FAMÍLIA MITCHELL E A REVOLTA DAS MÁQUINAS (The Mitchells vs. The Machines) – Sony Pictures/Netflix
MELHOR LONGA DE ANIMAÇÃO INDEPENDENTE
BELLE
FLEE
FORTUNE FAVORS LADY NIKUKO
POMPO THE CINEPHILE
VIAGEM AO TOPO DA TERRA (The Summit of the Gods)
MELHOR PRODUÇÃO ESPECIAL
For Auld Lang Syne
La Vie de Château
Mum Is Pouring Rain
Namoo
The Witcher: Nightmare of the Wolf
MELHOR CURTA DE ANIMAÇÃO
Bestia
Easter Eggs
MAALBEEK
Night Bus
Steakhouse
MELHORES PRODUÇÕES PATROCINADAS
A Future Begins
Fleet Foxes – Featherweight
The Good Guest Guide to Japan
Tiptoe & The Flying Machine
Wandavision – “Don’t Touch that Dial” Title Sequence
MELHOR TV/Media – PRÉ-ESCOLA
Ada Twist, Scientist
Muppet Babies.
ODO
Stillwater
Xavier Riddle and the Secret Museum
MELHOR TV/Media – CRIANÇAS
Amphibia
Carmen Sandiego
Dug Days
Maya and the Three
We the People
MELHOR TV/Media – PÚBLICO EM GERAL
Arcane
Bob’s Burgers
Love, Death + Robots
Star Wars: Visions
Tuca & Bertie
MELHOR FILME DE ESTUDANTE
A Film About A Pudding
HOPE
I Am A Pebble
Night of the Living Dread
Slouch
MELHORES EFEITOS para TV/Media
Arcane
Castlevania
Maya and the Three
Shaun The Sheep: The Flight Before Christmas
Trollhunters: Rise of the Titans
MELHORES EFEITOS para LONGA
BELLE
ENCANTO
RAYA E O ÚLTIMO DRAGÃO
A FAMÍLIA MITCHELL E A REVOLTA DAS MÁQUINAS
VIVO
MELHOR ANIMAÇÃO DE PERSONAGEM – TV/Media
Arcane
Love, Death + Robots Episode: All Through the House
FILME JAPONÊS JÁ HAVIA CONQUISTADO CRÍTICOS DE NOVA YORK
Neste sábado, a Associação de Críticos de Los Angeles divulgou sua seleção dos melhores de 2021 pelo Twitter oficial @LAFilmCritics. Assim como os críticos de Nova York, o filme japonês Drive My Car venceu o prêmio de Melhor Filme, e a neozelandesa Jane Campion venceu como Melhor Diretora por Ataque dos Cães. Tradicionalmente, o LAFCA tem o prêmio de 2º lugar (ou como eles chama “runner up”), e curiosamente, houve uma alternação entre Filme e Direção: Drive My Car ficou com Melhor Filme e 2º lugar na Direção para Ryusuke Hamaguchi, enquanto Ataque dos Cães ficou com Melhor Direção e 2º lugar em Melhor Filme.
Com esta dupla vitória de LA e NY, a adaptação do conto de Haruki Murakami automaticamente se torna o franco favorito na categoria de Filme Internacional, representando o Japão, e alguns especialistas já arriscam outras indicações como Filme, Direção e Roteiro Adaptado, lembrando que já havia vencido Melhor Roteiro no último Festival de Cannes. Embora os críticos de Los Angeles tenham uma tradição de premiar produções estrangeiras, vale lembrar que o sul-coreano Parasita também fez a mesma trajetória em 2019-20.
Nas categorias de atuação, atores estrangeiros também se destacaram. Como previsto, a espanhola Penélope Cruz conquistou o prêmio de Atriz por Madres Paralelas, já em 2º lugar ficou a norueguesa Renate Reinsve em The Worst Person in the World. Na categoria de Ator Coadjuvante, houve um empate entre o francês Vincent Lindon por Titane e o jovem Kodi Smit-McPhee por Ataque dos Cães.
Esse amor às produções estrangeiras também se estendeu à categoria de Melhor Animação com a vitória do dinamarquês Flee, de Jonas Poher Rasmussen, e o 2º lugar para o japonês Belle, de Mamoru Hosoda. E isso comprova que as animações americanas da Disney, Pixar, Dreamworks e Sony deixaram a desejar este ano, pois normalmente elas ganham espaço aqui. Aproveitando a deixa, seria muito bacana se a Academia premiasse uma animação em língua estrangeira após 20 anos, já que A Viagem de Chihiro foi a primeira e única animação estrangeira a conseguir esse feito.
Ariana DeBose venceu como Atriz Coadjuvante, lembrando que Amor, Sublime Amor, de Steven Spielberg continua forte na temporada. A grande surpresa ficou por conta do prêmio de Melhor Ator para Simon Rex por Red Rocket, de Sean Baker. Embora o filme tenha sido indicado à Palma de Ouro em Cannes, a reação da crítica internacional foi mista, mas dependendo da campanha, ele pode conseguir uma indicação ao Oscar.
Mas talvez a maior surpresa desta edição foi a premiação de Duas Tias Loucas de Férias na categoria de Design de Produção, batendo um dos favoritos O Beco do Pesadelo, de Guillermo del Toro. Apesar de existir um trabalho grandioso na construção do resort, geralmente as comédias desse estilo costumam ser completamente ignoradas em temporadas de premiação. Falando em ignorados, a categoria de Filme em Língua Estrangeira se mostrou sem valor ao Oscar, pois Petite Maman não foi o filme selecionado pela França, e o 2º lugar, Quo Vadis, Aida? já foi indicado em 2021 pela Bósnia e Herzegovina.
Embora tenha ficado com o 2º lugar de Roteiro (perdeu para Drive My Car), Paul Thomas Anderson tem as melhores chances de conquistar sua primeira estatueta do Oscar pelo roteiro original de Licorice Pizza. Claro que ele tem boas chances de ser indicado a Diretor no Oscar, mas é mais provável que ele vença pelo roteiro, servindo como uma espécie de prêmio de consolação.
Confira a lista completa de vencedores da LAFCA abaixo:
MELHOR FILME: Drive My Car 2º lugar: Ataque dos Cães
MELHOR DIRETOR: Jane Campion (Ataque dos Cães) 2º lugar: Ryusuke Hamaguchi (Drive My Car)
MELHOR ATOR: Simon Rex (Red Rocket) 2º lugar: Benedict Cumberbatch (Ataque dos Cães)
MELHOR ATRIZ: Penélope Cruz (Madres Paralelas) 2º lugar: Renate Reinsve (The Worst Person in the World)
MELHOR ATOR COADJUVANTE (EMPATE): Vincent Lindon (Titane) E Kodi Smit-McPhee (Ataque dos Cães)